Mansão do Caso Richthofen vira 'atração' e tira o sossego de vizinhança

Mansão do Caso Richthofen volta aos holofotes como ponto turístico e preocupa moradores

12 dez 2025 - 15h15

A mansão onde Manfred e Marísia von Richthofen foram assassinados, em 2002, voltou a despertar atenção  não pelo crime em si, mas por ter se tornado, segundo descreve o colunista Ullisses Campbell, um verdadeiro "ponto turístico" da zona sul de São Paulo. Há mais de duas décadas sem moradores, o imóvel no Campo Belo recebe diariamente grupos de jovens que, celulares em mãos, param diante do portão para registrar vídeos, fazer selfies e até narrar impressões sobre a tragédia que marcou o país.

Mansão do Caso Richthofen vira ‘atração’ e tira o sossego de vizinhança
Mansão do Caso Richthofen vira ‘atração’ e tira o sossego de vizinhança
Foto: Reprodução / Contigo

Para quem vive na rua, porém, a movimentação constante tem sido motivo de incômodo e apreensão. Os moradores afirmam que a curiosidade crescente transformou a vizinhança em local de passagem para desconhecidos. Como relatado por Ullisses Campbell, cresce o medo de que o abandono prolongado abra espaço para episódios de insegurança. "Temos medo de que vire refúgio de assaltantes que atuam na região", desabafou Maria Emília de Médicis, de 56 anos, vizinha da propriedade.

Publicidade

Apesar de ter recebido uma reforma externa anos atrás, a mansão encontra-se totalmente degradada. De acordo com Ullisses, maçanetas foram arrancadas, a caixa de correio desapareceu, o mato tomou conta do quintal e a fachada branca perdeu o brilho original. A situação chegou a pautar reuniões da Associação de Moradores do Campo Belo, que deseja cobrar providências do proprietário. Relatos indicam que o imóvel vem sendo saqueado ao longo dos anos, reforçando o clima de abandono.

O atual dono afirmou a Ullisses Campbell ter comprado a casa sem ter conhecimento prévio da tragédia. Segundo disse, não pretende vender ou morar no local por enquanto, mas garante que mantém o IPTU em dia. "Todos os dias tem gente lá fazendo fotos, selfies e vídeos. Isso causa muito incômodo", lamentou. Enquanto isso, nas redes sociais, o endereço segue viralizando como espécie de "atração" para influencers e curiosos.

Por que a mansão continua atraindo tantos visitantes?

A transformação do endereço em cenário de curiosidade digital parece estar ligada à cultura de true crime, que cresce nas redes sociais. Influenciadores gravam vídeos descrevendo "emoção" ao ver de perto a casa onde "Suzane mandou matar os pais", enquanto outros relatam sentir "energia pesada" ao se aproximar do portão. O fenômeno combina o apelo trágico do caso com a busca por conteúdo fácil de viralizar e, ao mesmo tempo, alimenta o desconforto de quem só deseja viver em paz na vizinhança.

Confira:

Publicidade
Contigo
Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações