Desembargador preso pela PF tem salário de mais de R$ 80 mil na Justiça Federal

Somados valores extras, como indenizações e gratificações, os créditos registrados em novembro do desembargador alcançaram R$ 125 mil

16 dez 2025 - 13h24
(atualizado às 14h04)
Resumo
Desembargador Macário Judice Neto, do TRF-2, foi preso pela PF sob suspeita de irregularidades em processos, recebendo salário líquido superior a R$ 80 mil, e já enfrentou outras acusações de condutas ilícitas.
Macário Judice Neto, desembargador que relata o caso TH Joias no TRF-2, foi preso na manhã desta terça (16/12) durante operação da PF no Rio
Macário Judice Neto, desembargador que relata o caso TH Joias no TRF-2, foi preso na manhã desta terça (16/12) durante operação da PF no Rio
Foto: Reprodução/Rede Social / Estadão

O desembargador do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), no Rio de Janeiro, Macário Judice Neto, preso nesta terça-feira, 16, sob suspeita de irregularidades na condução do processo envolvendo o ex-deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos, conhecido como TH Joias, recebe salário líquido superior a R$ 80 mil, segundo dados do Portal da Transparência da Justiça Federal.

De acordo com informações do Portal da Transparência do TRF-2, o desembargador teve, em novembro de 2025, uma remuneração bruta mensal de R$ 90 mil. Somados valores extras, como indenizações e gratificações, os créditos registrados no período alcançaram R$ 125 mil. Após a aplicação dos descontos legais, o montante líquido pago ao magistrado foi de R$ 80.580,06. As informações são de acesso público.

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Macário está entre os investigados da segunda etapa da Operação Unha e Carne, que apura o vazamento de informações confidenciais ligadas à Operação Zargun. Na fase inicial da investigação, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União), chegou a ser preso, mas foi liberado dias depois, após deputados da Casa aprovarem a revogação da prisão.

Desembargador Macário Judice Neto, preso nesta terça-feira, 16, recebe salário líquido superior a R$ 80 mil, segundo dados do Portal da Transparência da Justiça Federal.
Foto: Reprodução/Portal da Transparência da Justiça Federal

A Polícia Federal investiga a possível participação de Macário, que atuou na Operação Zargun, no repasse indevido de informações. Ele foi o relator do processo envolvendo TH Joias, detido por ligação com a facção criminosa Comando Vermelho. A operação, deflagrada em setembro, teve como objetivo desarticular uma organização criminosa envolvida no tráfico internacional de drogas e armas, culminando na prisão do então deputado.

O desembargador já respondeu a outros procedimentos judiciais, sob suspeita de vender decisões judiciais no Espírito Santo, o que o levou a permanecer afastado da função por quase 18 anos. De acordo com informações disponíveis no site da Universidade Federal do Espírito Santo, Macário foi nomeado desembargador federal em maio de 2023, figurando como o primeiro colocado da lista à época.

O Terra tenta localizar a defesa do desembargador. 

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Operação Unha e Carne

Por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, estão sendo executados, nesta etapa, mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão em endereços localizados no Rio de Janeiro e no Espírito Santo.

A operação decorre de decisão do STF no julgamento da ADPF 635/RJ, que estabeleceu a realização de investigações sobre a atuação de organizações criminosas violentas no estado e seus vínculos com agentes públicos.

Fonte: Portal Terra
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