Mayk Gustavo Ribeiro da Silva, o trabalhador que sofreu uma tentativa de homicídio enquanto limpava a fachada de um prédio em Curitiba, disse, nesta quinta-feira (28), que não conseguiu entender o motivo do ataque sofrido pelo morador. Em entrevista ao programa Encontro, ele contou que ficou sem reação quando descobriu o que havia acontecido.
"No momento ali que a minha corda afrouxou eu fiquei desesperado, né? Não é uma coisa normal, é fora do normal. Foi muito rápido, mas como a empresa passa um treinamento pra gente, eu fiz um desvio de corda, fiquei preso pela linha de vida, pelo trava-quedas, me mudei para a corda do trava-quedas e continuei minha descida. Quando cheguei embaixo, meu supervisor me avisou que o morador da cobertura tinha cortado a minha corda", detalhou.
Mayk estava a 18 metros de altura quando Raul Ferreira Pelegrin, de 41 anos, morador da cobertura, cortou a corda que o sustentava, segundo a Polícia Civil do Paraná (PC-PR). Conforme o Ministério Público do Paraná (MP-PR), a vítima só não despencou por conta de um dispositivo de segurança que impediu a queda.
O caso ocorreu no bairro Água Verde em 14 de março, mas foi divulgado na segunda-feira (24) pelo MP-PR, que denunciou o homem por tentativa de homicídio. Pelegrin foi preso em flagrante logo após o crime.
De acordo com o Ministério Público, a vítima fazia a limpeza, no 6º andar do edifício, preso por uma corda que estava amarrada no telhado do prédio. Durante o trabalho, o denunciado, que mora na cobertura do edifício, no 27º andar, cortou a corda com uma faca.
Segundo o Boletim de Ocorrência (B.O), os funcionários que realizavam a limpeza foram ameaçados pelo homem antes de ele fazer o corte da corda.
"Antes dele cortar minha corda, ele ameaçou outro amigo de corda, na outra janela. Em cima, na parte superior do prédio, meu superior estava lá em cima e viu o momento em que ele cortou minha corda", contou Mayk.
Argumentação da defesa do morador
A defesa de Pelegrin entrou com pedido de habeas corpus solicitando a soltura sob argumento dele ser dependente químico. Este tipo de medida judicial tenta garantir o direito de liberdade a uma pessoa presa ilegalmente, por exemplo.
O pedido informou que o homem seria levado para uma clínica de tratamento, mas a Justiça recusou e manteve a prisão. Conforme o processo, Pelegrin está preso preventivamente na Cadeia Pública de Curitiba.
* Sob supervisão de Lilian Coelho