Doria só discutirá possível aliança com Moro em abril

Além de falar da aproximação de Alckmin com Lula, o pré-candidato acredita que o pior pesadelo para a história do Brasil será um segundo turno entre o petista e Bolsonaro

10 dez 2021 - 03h03
(atualizado às 07h31)

Pré-candidato à presidência da República de 2022 pelo PSDB, João Doria foi o convidado do programa 'Conversa com Bial' da madrugada desta sexta-feira, 10. Na atração, o governador de São Paulo voltou a criticar o presidente Jair Bolsonaro, falou da relação com o ex-ministro e também pré-candidato Sergio Moro e comentou a aproximação do seu antigo padrinho, Geraldo Alckmin, com o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.

Sergio Moro e João Doria se encontram nesta semana em São Paulo
Sergio Moro e João Doria se encontram nesta semana em São Paulo
Foto: Governo do Estado de São Paulo

"Grande respeito à trajetória, o Alckmin foi fundador do PSDB, mas de Lula quero distância. Não me associo, nem me identifico com nada. Respeito a posição, mas estarei do outro lado, combatendo Lula em 2022, combatendo a frase de 'os fins justificam os meios'. Não acredito nisso. Faça sim, mas sem roubar o dinheiro público", enfatizou.

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Apesar de novos nomes disputando a chamada terceira via, como o próprio ex-ministro da Justiça, Doria afirmou que irá conseguir agregar os "descontentes" tanto com a ideia da volta do governo do petista quanto com a permanência de Bolsonaro no poder. "Construí minha vida somando. Foi o que mais fiz e agora em 2022 não será diferente. Já começamos a fazer, seja com Sergio Moro ou com outros que irão trilhar esse caminho longe dos extremistas. Não será uma frente partidária, é uma frente pelo Brasil e pelos brasileiros", defendeu.

O apresentador Pedro Bial então argumentou ser preciso pensar em uma "cabeça de chapa" e questionou se o ponto foi debatido durante recente reunião entre os dois políticos. "Não discutimos esse tema, pois seria precipitado. O tempo da política é diferente. Essa conversa só vai acontecer em abril do ano que vem, antes disso não", assegurou.

Para o governador, as eleições "serão as mais sujas e sórdidas da história do país", pois os "extremistas gostam disso, de emparedar; de mentir; construir narrativas falsas; intimidar jornalistas, humilhar mulheres jornalistas; desconstruir intelectuais". O político ressaltou que os candidatos, seja no âmbito federal ou estadual, terão de ter "muita resiliência para resistir, combater, contrapor-se". "Ou irão sucumbir. E se sucumbir teremos o pior pesadelo para a história do País, um segundo turno com Lula e Bolsonaro", imaginou.

Doria reafirmou que o arrependimento pelo apoio público dado a Bolsonaro em 2018 veio logo no início do mandato do atual presidente. "Eu e milhões de brasileiros fomos enganados. E não cometo o erro duas vezes. Ele abandonou seus princípios. E para piorar, na pandemia mostrou-se um negacionista. O pior de todo o mundo, segundo os principais veículos do mundo", atentou.

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O gestor reforçou ser contra a reeleição, defendendo a ideia de um mandato de cinco anos. "É um mal, o Brasil ainda não está preparado, pois aquele que assume o poder, na sua expressiva maioria, já assume pensando na reeleição. Não serei candidato a reeleição em hipótese alguma", insistiu. E ainda amenizou as críticas à polícia militar de São Paulo.

Por fim, voltou a dizer que pretende privatizar estatais, como a Petrobras, Correios e Banco do Brasil. "Quero tranquilizar os funcionários. Não faltarão empregos para os bons, não ficarão no desemprego. O Brasil precisa ser desestatizado".

A entrevista fez parte da série que recebe personagens importantes para as eleições do ano que vem. Pedro Bial ainda indicou que esta foi a última de 2021, mas que o projeto retornará em 2022.

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