Aécio diz que fica no Senado para lutar contra o governo

Senador confirmou que vai se manter no mandato durante campanha eleitoral

6 ago 2014 - 16h55
(atualizado às 17h17)

O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, afirmou nesta quarta-feira que não vai mais se licenciar do mandato de senador durante a campanha eleitoral. A decisão já havia sido divulgada informalmente ontem por seus assessores, mas hoje Aécio justificou que a oposição não pode se dar ao luxo de perder o espaço privilegiado que dispõe no Congresso Nacional.

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Candidato tucano confirmou decisão divulgada informalmente
Candidato tucano confirmou decisão divulgada informalmente
Foto: Igo Estrela / Coligação Muda Brasil/Divulgação

Destacando que vai devolver o subsídio mensal de R$ 26.723,13 a que teria direito no exercício do mandato, Aécio afirmou que pesou em sua decisão as denúncias de que o governo teria agido para municiar depoentes da CPI da Petrobras com perguntas que lhes seriam feitas em depoimentos à comissão.

"Decidi hoje manter-me no exercício de senador da República sem receber remuneração por esses meses da eleição, para mantermos aqui, viva e presente, a posição das oposições. Nós, senadores da oposição, que não somos muitos, resolvemos nos mantermos no exercício do mandato para impedir que essa farsa seja mantida. As CPIs são instrumentos da sociedade e das minorias para investigar denúncias em relação ao governo e o que ocorreu foi que houve uma farsa em que os depoentes foram previamente informados das perguntas que lhes seriam feitas”, disse Aécio.

Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo publicada nesta quarta, o secretário-executivo da Secretaria de Relações Institucionais, Luiz Azevedo, ajudou a elaborar o plano de trabalho da CPI, aprovado em maio, que incluía um roteiro para investigação e sugestões e perguntas.

Aécio alertou para a gravidade da suspeita, uma vez que a Secretaria funciona dentro do Palácio do Planalto, e cobrou uma investigação séria sobre as denúncias. O senador tentou ainda colar o episódio à imagem da presidente Dilma Rousseff, afirmando que ela seria responsável pelas consequências de Azevedo, e confirmou que a oposição vai entrar com uma representação contra o secretário-executivo.

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"Trata-se de um agente público, pago com dinheiro público, conduzindo uma grande farsa. Ou nós temos respeito ao parlamento e à democracia ou o Brasil vai se tornar, dentro de muito pouco tempo, em um país sem liberdades. Se a presidente da República resolve levar pessoas com essas atitudes, com esses valores, para dentro do Palácio do Planalto, ela certamente é responsável pelas consequências dos atos dessas pessoas. O que queremos é que tudo seja investigado”, afirmou o presidenciável.

Comitê

Aécio fez as declarações após participar da cerimônia de inauguração de um comitê de campanha em Brasília, que contou com a presença do candidato ao governo local, deputado Luís Pitiman (PSDB-DF). A plateia, formada majoritariamente por candidatos a deputado distrital e parentes, reagia com gritos e aplausos estimulada por um mestre de cerimônias.

Durante o discurso, o senador mineiro ressaltou os pontos centrais de sua campanha, como o combate à corrupção e mais investimentos em educação, saúde e segurança. Em determinado trecho da fala, Aécio aproveitou que os operários de um prédio em construção no terreno vizinho ao comitê haviam parado para ouvi-lo e falou diretamente com eles.

"As pessoas querem resultados que permitam que elas se desenvolvam do ponto de vista pessoal, com educação de qualidade, saúde digna e segurança na porta de casa. Que se preparem para enfrentar a vida. E é isso que o Estado deve oferecer: parceria. Parceria para que o Brasil volte a crescer, parceria para que os companheiros ali da construção civil possam ter tranquilidade de que terão novas oportunidades de trabalho no nosso governo. Nosso governo vai estimular o resgate do capital privado como indutor do crescimento”, prometeu.

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Coligações partidárias: Dilma, Aécio e Eduardo Campos

Fonte: Terra
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