A psicóloga, professora e escritora americana Ramani Durvasula estima que ela tenha tratado diretamente pelo menos 50 narcisistas em sua vida profissional. Todos tinham uma coisa em comum, diz a psicóloga clínica: "Todos eram crianças difíceis. Eles próprios admitem isso".
Existem dois estilos de pais que levam uma criança a se tornar narcisista, diz Durvasula. E, de maneira estranha, eles são opostos um ao outro.
"Há o caminho do estilo de apego traumatizado, negligenciado e com má ligação afetiva, e depois há o caminho da criança mimada e superprotegida", ela diz.
As crianças aprendem observando. Se uma pessoa cresce em um ambiente onde seus sentimentos nunca foram reconhecidos, elas aprendem que reconhecer ou respeitar os sentimentos e necessidades dos outros não é necessário. Por outro lado, crianças que foram mimadas ou informadas de que tudo o que faziam e sentiam era válido desenvolvem uma autoestima inflada.
"Pessoas dizendo aos seus filhos que eles são os mais especiais e merecem tudo... Não, vocês não merecem", diz Durvasula. "Na era das redes sociais, onde as crianças são usadas como adereços, onde as pessoas estão gastando US$ 10 mil em um show da Taylor Swift, o que diabos isso está dizendo a uma criança?"
O centro do universo
Ambos os ambientes reforçam uma existência centrada em si mesma, onde a criança aprende que o que está acontecendo com outras pessoas não é tão importante quanto o que está acontecendo com ela. E ambos levam a habilidades pobres de regulação emocional, diz Durvasula.
As crianças podem desaprender comportamentos tóxicos muito mais facilmente do que os adultos. Se você perceber que seu filho está desenvolvendo traços antagonistas, pode ajudar a controlar alguns desses impulsos, disse o neurocientista Cody Isabel para a CNBC Make It.
Comece demonstrando uma boa regulação emocional, ele sugere. Se o seu garçom errar o seu pedido, por exemplo, você ainda está tratando-o com gentileza e paciência ou está gritando com ele? Como você reage influenciará como seu filho age.
Autocontrole das crianças
Refletir as emoções do seu filho também pode ajudá-lo a aprender a autorregular-se.
"Refletir exige que você encontre seu filho onde ele está e o ajude a nomear suas emoções. Validar suas emoções significa informá-lo de que o que ele está sentindo é razoável", diz Cody.
Isso pode ajudá-los a sentir menos vergonha, medo e insegurança, todos os quais podem levar a comportamentos narcisistas.
E se seu filho estiver tendo um acesso de raiva, chame-o. Não o envergonhe. Apenas faça-lhe as seguintes três perguntas:
- • "O que aconteceu?"
- • "Como você está se sentindo?"
- • "Como você acha que sua reação está fazendo a outra pessoa (ou as pessoas ao seu redor) se sentirem?"
"Em vez de aceitar sua disfunção emocional, você está ajudando-os a desenvolver suas habilidades de empatia, consciência social e regulação emocional", escreveu ele.
Fonte: CNBC Make It
