Pfizer pode proteger só parcialmente contra Ômicron

O estudo mostrou, porém, que doses de reforço da vacina poderiam ajudar a impedir infecções da variante

8 dez 2021 - 09h34
(atualizado às 10h00)
Agente de saúde usa solução salina para preparar doses da vacina da Pfizer em centro de vacinação em Madri, Espanha
REUTERS/Sergio Perez
Agente de saúde usa solução salina para preparar doses da vacina da Pfizer em centro de vacinação em Madri, Espanha REUTERS/Sergio Perez
Foto: Reuters

A variante Ômicron pode escapar parcialmente da proteção de duas doses da vacina contra covid-19 da Pfizer e da parceira BioNTech, disse o chefe de pesquisas de um laboratório do Instituto de Pesquisas de Saúde da África, na África do Sul, na terça-feira.

O estudo mostrou, porém, que o sangue de pessoas que receberam duas doses da vacina e tiveram uma infecção foi essencialmente capaz de neutralizar a variante, o que leva a crer que doses de reforço da vacina poderiam ajudar a impedir infecções.

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Alex Sigal, um professor do instituto, disse no Twitter que houve "uma queda muito grande" na neutralização da variante Ômicron na comparação com uma linhagem anterior da Covid-19.

Um teste de laboratório separado da virologista Sandra Ciesek, da Universidade Hospital Frankfurt, pintou um quadro um pouco mais sombrio.

Ao expor o sangue de indivíduos vacinados a variantes diferentes do vírus, ela descobriu que a capacidade do organismo de pessoas que receberam três vacinas da Pfizer/BioNTech para preparar uma reação de anticorpos à Ômicron foi até 37 vezes menor do que em reação à Delta.

Uma reação de anticorpos à Ômicron meio ano após um regime de duas doses da vacina da Pfizer/BioNTech, da Moderna ou de uma mistura de vacinas AstraZeneca/BioNTech nem sequer foi mensurável, acrescentou Ciesek.

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Ela só publicou descobertas selecionadas no Twitter, sem incluir o número de amostras, e a universidade disse que o estudo ainda não foi publicado.

"O conjunto de dados sublinha que faz sentido desenvolver uma vacina que seja adaptada à Ômicron", tuitou Ciesek, acrescentando que não se pode tirar nenhuma conclusão sobre a proteção contra doenças graves.

A variante Ômicron, detectada primeiramente no sul da África no mês passado, provoca temores de outra disparada de infecções em todo o mundo. Mais de duas dúzias de países, que vão de Japão a Estados Unidos, relatam casos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) a classificou no dia 26 de novembro como uma "variante preocupante", mas disse não existirem indícios que apontem a necessidade de novas vacinas concebidas especificamente para combater a Ômicron com suas muitas mutações.

Soumya Swaminathan, cientista-chefe da OMS, disse que uma queda grande da reação de anticorpos de pessoas vacinadas à Ômicron era esperada.

"Isto não significa que a vacina não funcionará. A imunidade de células-T provavelmente persistirá", disse ela no Twitter, referindo-se a uma reação imunológica celular que se acredita impedir doenças graves como uma segunda linha de defesa imunológica.

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Pesquisadores disseram que as descobertas ressaltam a necessidade de vacinas de reforço porque um regime de três doses provavelmente continuaria a proteger de doenças graves.

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