A chuva de meteoros Geminidas, considerada a mais intensa do ano, alcança seu máximo de atividade neste sábado (13) e na madrugada de domingo (14). O fenômeno começou a ser registrado na última quinta-feira (11) e já teve os primeiros registros no Rio Grande do Sul.
Na noite de quinta, Eduardo Santiago, integrante do Projeto Exoss, coordenado pelo Dr. Marcelo de Cicco e vinculado ao Observatório Nacional (ON/MCTI), conseguiu captar o início da chuva em Nova Santa Rita, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
Segundo estimativas do Observatório Nacional, no Rio Grande do Sul será possível observar cerca de 35 meteoros por hora durante o pico das Geminidas, considerando condições ideais de observação, como céu limpo, pouca poluição luminosa e ausência da Lua no campo de visão. A projeção admite uma margem de erro de aproximadamente 15%. A temporada do fenômeno segue até terça-feira (16).
As Geminidas recebem esse nome por parecerem irradiar da constelação de Gêmeos e são parcialmente visíveis em todo o território brasileiro. De acordo com o Observatório Nacional, o uso do termo no feminino ocorre porque "estrelas cadentes" é a denominação popular para meteoros. O professor Gabriel Hickel, da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), explica que também é correto o uso do termo "geminídeos", já que ambas as formas são aceitas no aportuguesamento do latim.
Conforme Hickel, o melhor período para observação ocorre entre 22h e o amanhecer, mas é necessário atenção à Lua, cujo brilho pode dificultar a visualização dos meteoros menos luminosos, que são justamente os mais numerosos. Apesar de cerca de 30% dos meteoros das Geminidas serem brilhantes, a fase lunar — em transição de minguante para nova — tende a prejudicar a observação principalmente na segunda metade da noite.
Por isso, a recomendação é observar o fenômeno entre 22h30 e meia-noite nas noites de 11, 12 e 13 de dezembro, quando a Lua ainda estará baixa no horizonte. Já nas noites de 14 e 15, o intervalo mais favorável vai das 22h20 às 2h. Todos os horários seguem o fuso de Brasília.
Como observar a chuva de meteoros
Não é necessário nenhum equipamento específico para acompanhar as Geminidas. O principal requisito é um céu limpo, o que pode ser um desafio nesta época do ano no Brasil. Não há um ponto fixo do céu para observar, mas especialistas indicam que direcionar o olhar para a região das Três Marias e utilizar a visão periférica aumenta as chances de avistamento.
O ideal é escolher um local escuro, distante da iluminação urbana, com horizonte livre, e posicionar-se de forma confortável, como em uma cadeira reclinável, para ter uma visão ampla do céu. Também é importante evitar olhar diretamente para a Lua, pois o brilho reduz a adaptação visual.
Por fim, os especialistas reforçam algumas orientações básicas: ter paciência, aguardar cerca de 15 minutos para que os olhos se adaptem à escuridão, observar por pelo menos uma hora e manter expectativas realistas, já que o fenômeno não se assemelha a um espetáculo contínuo de fogos de artifício.