De volta à faculdade de Direito, Suzane Louise Magnani Nunes, antes Suzane von Richthofen, de 41 anos, pode, sim, assumir o cargo que disputou, caso seja aprovada no concurso do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). Suzane foi condenada a 40 anos de prisão pela morte dos próprios pais, e cumpre o restante da pena em regime aberto.
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O concurso do último domingo, 8, foi para escrevente judiciário em Bragança Paulista, local onde se encontra o seu processo de execução penal. Embora uma decisão do próprio TJSP só permita que novos funcionários sejam admitidos com a apresentação de um atestado de antecedentes criminais, certidões de distribuições e execuções criminais, uma brecha do Supremo Tribunal Federal (STF) pode viabilizar a posse.
Em outubro de 2023, a Corte decidiu que pessoas condenadas e aprovadas em concursos públicos podem ser nomeadas e empossadas caso o crime não seja compatível com a vaga. Além disso, é necessário também que não haja conflito de horário entre o trabalho e o cumprimento da pena.
Como a vaga para a qual ela concorre é de escrevente judiciário, ela só não poderia ocupar o cargo caso tivesse sido condenada por crimes contra o patrimônio, contra a administração pública, tráfico de drogas ou improbidade administrativa.
Ao todo, o concurso do TJSP teve 1.335 inscritos, mas apenas 32 candidatos serão escolhidos para a segunda fase, que é uma prova prática. A concorrência é de aproximadamente 41,72 candidatos por vaga.
Esta não é a primeira vez que Suzane tenta ingressar no serviço público. Em 2023, ela se inscreveu para uma vaga de telefonista na Câmara Municipal de Avaré, mas acabou não comparecendo à prova após a repercussão na imprensa.