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Príncipe: país tem mais a ver com ditadura do que República

Pronto para mais uma manifestação para pedir respeito ao Brasil, bisneto da Princesa Isabel e trineto de Dom Pedro II disse ao Terra que desmandos do governo, nem de longe, lembram os princípios democráticos republicanos

10 abr 2015 - 12h26
(atualizado às 12h39)
O príncipe Dom João Henrique de Orleans e Bragança (à direita) durante o último protesto, em 15 de março
O príncipe Dom João Henrique de Orleans e Bragança (à direita) durante o último protesto, em 15 de março
Foto: André Naddeo / Terra

Um País que se afogou de forma tão brutal em casos de corrupção que trouxe de volta, mesmo que de uma maneira subliminar, os anos de chumbo, de repressão. De forma resumida, essa é a opinião do príncipe Dom João Henrique de Orleans e Bragança – bisneto da Princesa Isabel, e trineto de Dom Pedro II, pronto para mais um dia de protesto “por respeito ao Brasil”, no próximo domingo.

“O que a classe política está fazendo com o Brasil hoje, com essa corrupção deslavada para a manutenção de poder, tem mais a ver com ditadura do que com República”, afirmou o príncipe, conceituado fotógrafo, eterno surfista, e sobretudo, um apaixonado brasileiro, nesta entrevista exclusiva ao Terra. Apaixonado e revoltado: no último dia 15 de março, estava na praia de Copacabana com a sua singela, mas representativa faixa: “respeite o Brasil”. “Muita gente nem me reconheceu, mas tirei umas 500 fotos só por causa da faixa”, disse.

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Reconhecido pela reportagem, Dom João ficou assustado com o poderio da internet ao se dar conta de que sua entrevista em vídeo na manifestação, com o seu devido posicionamento político, rendeu cerca de 1,5 milhões de visualizações. Com opiniões contundentes, ele garante que vai estar com a mesma faixa no próximo domingo, na mesma praia de Copacabana, novamente pedindo respeito. Respeito ao país, às leis, e a constituição.

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“A República não é um sistema, são valores”, resumiu o príncipe republicano, que lembrou ainda o fato de que “não sou nem de direita, nem de esquerda”. “Da minha formação, como membro da família imperial, luto pela democracia e pela constituição antes de qualquer coisa”, completou ele, que todavia, é contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Para Dom João, o que se vê nas principais manchetes, tendo como maior exemplo os desmandos cometidos com o dinheiro público deflagrados pela operação Lava Jato, no fundo, “resume a falta de credibilidade da classe política, que atinge a credibilidade das instituições.”

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“Com isso, o governo enfraquece. Internamente, com instituições fortes e democráticas, e livres, você tem todos os instrumentos para sair de uma crise. Quando o povo começa a não acreditar nisso, é um dos maiores perigos para a democracia”, completou.

No dia em que o governo reeleito de Dilma Rousseff completa 100 dias, o príncipe preferiu não avaliar a presidente com um nota, mas não deixou de dar a sua opinião. “Não passa no teste. Institucionalmente, o governo está totalmente enfraquecido, o que não se esperava em tão pouco tempo. A credibilidade está enfraquecida com as medidas que contrariam tudo o que foi dito na campanha”, disse. “”O governo mente quando diz que luta contra a corrupção, quem faz isso são instituições independentes, o Ministério Público e a Polícia Federal”.

Intervenção, jamais

No último dia 15 de março, foi notória a presença, em praticamente todos as manifestações pelo Brasil, de grupos, minoritários ou não, defendendo a intervenção militar – além do impeachment de Dilma Rousseff. Manifesto que fere uma lei federal. Ao comparar os casos de corrupção com uma espécie de neo ditadura, Dom João explicou que, na sua opinião, “para quem entende de democracia, não atrapalha (a mensagem). A rua é pública”.

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“Mas pode confundir, sim. Mas faz parte da democracia”, reconheceu, antes de completar. “A grande maioria estava lá pacificamente pedindo reformas, postura, respeito, fim da corrupção. Algo que se institucionalizou. A classe política vai a público para ganhar dinheiro, sem idealismo. Antes, vida pública era uma honra. Tinha ex-presidente que morria pobre, pois tinha cumprido o seu papel cívico. Hoje isso acabou”.                

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Fonte: Terra
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