Carla Zambelli, detida na Itália após dois meses foragida, declarou esperar mais apoio do governo italiano e justificou não ter ficado nos EUA devido aos altos custos de saúde no país.
A deputada brasileira Carla Zambelli afirmou que esperava "mais" do governo da Itália, país onde foi presa na noite da última terça-feira (29), após quase dois meses foragida.
A declaração foi dada em entrevista publicada nesta quarta (30) pelo jornal la Repubblica, a quem a parlamentar bolsonarista, condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), reiterou inocência.
Zambelli comentou que o senador Flávio Bolsonaro falou sobre a situação dela com o vice-premiê e ministro da Infraestrutura e dos Transportes, Matteo Salvini, mas que não sabe se haverá alguma demonstração de apoio por parte da gestão da premiê Giorgia Meloni.
"Não sei se Salvini prometeu algo para ele. Mas não somos amigos. Eu esperava algo mais. De Salvini, mas também de Meloni, que é amiga de Trump. E Trump sabe o que está acontecendo no Brasil", afirmou Zambelli. Segundo a assessoria de imprensa do ministro da Infraestrutura, ele tem intenção de visitar a deputada na cadeia, mas a premiê nunca comentou o caso.
Na entrevista, a parlamentar assegurou que não tem "nada para esconder" e que foi condenada por "motivos políticos". "Vim para a Itália porque sou italiana e quero continuar vivendo aqui", disse ela, que deu mais um motivo para não ter ficado nos Estados Unidos. "Eu tenho muitos problemas de saúde, e a saúde nos Estados Unidos é muito cara. E [a Itália] é meu país, ninguém me garantiu impunidade aqui", salientou.
Zambelli, que agora está detida na penitenciária de Rebibbia, em Roma, descartou voltar ao Brasil voluntariamente, uma vez que iria "imediatamente para a cadeia". "Não sei como sobreviveria.
Tenho muitos problemas de saúde, sofro de síncopes, posso cair de uma hora para outra", afirmou. .