PGR fez prova cabal de trama golpista de grupo de Bolsonaro, diz Cármen Lúcia

Ministra afirma que tentativas de descredibilizar as investigações vão de encontro às provas encontradas nos autos do processo

11 set 2025 - 15h44
(atualizado às 17h48)

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou durante seu voto no julgamento da tentativa de golpe de Estado que a Procuradoria Geral da República (PGR) produziu provas suficientes para comprovar a trama golpista. Na sessão desta quinta-feira, 11, a ministra disse que as tentativas das defesas dos réus de descredibilizar a investigação não se sustentam diante do conjunto de evidências presentes nos autos. 

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“Quanto a organização criminosa, que é um tema que o STF tem enfrentado em numerosíssimas ações penais, inquéritos e até Habeas Corpus, a PGR afirmou exatamente - e já antecipo que fez prova cabal - de que o grupo liderado por Jair Messias Bolsonaro e composto por figuras chave do governo, das Forças Armadas e de órgãos de inteligências, desenvolveu e implementou um plano sistemático e progressivo de ataque às instituições democráticas com a finalidade de prejudicar a alternância legítima de poder nas eleições de 2022”, afirmou.

Ministra Cármen Lúcia no julgamento da trama golpista no STF nesta quarta-feira, 10
Ministra Cármen Lúcia no julgamento da trama golpista no STF nesta quarta-feira, 10
Foto: Antonio Augusto/STF

O julgamento

Cármen Lúcia é a quarta a votar no julgamento. O placar é de 2 a 1 pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Já há maioria para condenar Mauro Cid e Walter Braga Netto por tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

Os ministros Alexandre de Moraes, relator do caso, e Flávio Dino votaram pela condenação de todos, em todas as imputações da Procuradoria-Geral da República (PGR).

O ministro Luiz Fux divergiu. Em um extenso voto, com críticas duras à denúncia e ao relatório, o magistrado pediu a condenação de Cid e Braga Netto por tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, absolvendo-os das demais acusações.

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Fazem parte do grupo dos réus do núcleo central:

  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  • Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.
Fonte: Redação Terra
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