Réus e testemunhas dos núcleos 1, 2 e 4 da trama golpista terminaram de ser ouvidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nas ações penais do golpe de Estado. Outros dez réus do núcleo 3 devem ser interrogados na próxima segunda-feira, 28, encerrando as oitivas referentes ao caso.
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Como mostrou o Estadão, 141 das 236 testemunhas arroladas pelos réus e pela PGR compareceram a audiências. Nesta quarta-feira, 23, a fase de depoimentos das 236 testemunhas indicadas nas quatro ações penais que apuram a trama foi encerrada.
O general disse que se posicionou contra a tentativa de intervir no processo eleitoral e que alertou Bolsonaro sobre o ex-presidente poder ser "enquadrado juridicamente".
Carlos Almeida Baptista Junior, ex-comandante da Força Aérea Brasileira
Testemunha na ação penal, o general relatou que na primeira quinzena de novembro de 2022 houve um "brainstorming" sobre a possível prisão de Moraes em uma reunião no Palácio da Alvorada. Participaram do encontro, além dele, Bolsonaro e os chefes das Forças Armadas.
O general também confirmou que o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, foi a favor da ruptura democrática e chegou a disponibilizar as tropas da Força para participar do intento golpista.
Ele confirmou, ainda, que propôs ao general Augusto Heleno, ex-ministro do GSI, e a Braga Netto que participassem de uma audiência pública no Congresso para "denunciar as fraudes eleitorais".
Marcelo Câmara, coronel e ex-assessor de Bolsonaro
O coronel Marcelo Câmara confessou que o codinome "professora" identificado pela PF na investigação da trama golpista se referia ao ministro Alexandre de Moraes. Os investigadores apuraram que ele e o ex-chefe da Ajudância de Ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, monitoraram o deslocamento de Moraes a partir de "acesso privilegiado de informações" sobre o ministro.
Câmara confirmou o monitoramento, mas atribuiu a Cid a responsabilidade e disse que se sentiu "usado" por ele.
Bruno Bianco, ex-advogado-geral da União
Testemunha do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-advogado-geral da União Bruno Bianco confirmou que Bolsonaro o consultou sobre a possibilidade de reverter o resultado eleitoral, em que Lula saiu vitorioso.
Giancarlo Gomes, subtenente do Exército que atuava na Abin
Giancarlo Gomes confirmou em seu depoimento que buscou informações sobre suposta ligação de um parente do ministro Luís Roberto Barroso, do STF, e a Positivo, empresa que fabricou parte das urnas eletrônicas para as eleições de 2022.
Giancarlo também afirmou que, "a mando" do policial federal Marcelo Bormevet, seu superior na Abin, fez pesquisas de placas de veículos relacionadas a Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente.