Mujica descarta depor no Senado brasileiro sobre 'mensalão'

Ex-presidente uruguaio negou ter conversado com Lula sobre o caso de corrupção, com diz trecho de sua biografia

10 mai 2015 - 20h15
(atualizado às 21h08)

O ex-presidente do Uruguai José Mujica disse neste domingo (10) que não irá ao Brasil caso seja convidado a depor no Senado sobre as informações que ouviu do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva envolvendo o escândalo do "mensalão".

'Quem gosta muito de dinheiro tem que estar na indústria, no comércio. Não na política', defende Mujica
'Quem gosta muito de dinheiro tem que estar na indústria, no comércio. Não na política', defende Mujica
Foto: BBCBrasil.com

"Não vou viajar para qualquer lugar", disse Mujica à imprensa após votar nas eleições municipais, nas quais sua mulher, Lucía Topolansky, concorre à Intendência de Montevidéu.

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Durante a semana, a biografia autorizada de Mujica "Uma ovelha negra no poder" gerou polêmica no Brasil ao revelar reflexões de Lula sobre o "mensalão". De acordo com o livro, escrito pelos jornalistas uruguaios Andrés Danza e Ernesto Tulbovitza, Lula teria contado a Mujica no início de 2010, em uma reunião em Brasília, que tinha que "lidar com muitas coisas imorais, chantagens" e que "esta era a única maneira de governar o Brasil".

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Na sexta-feira, Mujica negou a conversa com Lula sobre o escândalo do "mensalão". "Aparece o amigo Lula ali conversando comigo sobre o 'mensalão', mas nunca falei com um brasileiro sobre o 'mensalão', por questões minhas. (José) Dirceu para mim não é um criminoso, está condenado mas é um formidável lutador", disse Mujica sobre o ex-chefe da Casa Civil, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção.

O líder do Democratas no Senado, Ronaldo Caiado, informou que vai ingressar com um requerimento de convite a Mujica para "colher mais informações sobre a confissão de Lula no seu envolvimento no mensalão".

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Segundo Caiado, que apresentará o requerimento à Comissão de Relações Exteriores do Senado, "a acusação é muito séria, até porque é a própria esquerda brasileira trata Mujica como uma espécie de mártir e coloca sua índole acima de qualquer suspeita".

"Se ele diz que o ex-presidente Lula, não só confirmou ter conhecimento sobre o mensalão, como admitiu que era a sua única forma de governar o País, isso coloca em xeque toda a tese que o inocentou do esquema".

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