Moraes é primeira autoridade de país democrático enquadrada na Lei Magnitsky

Sanção anunciada pelo governo americano nesta quarta-feira, 30, só havia sido usada contra autoridades de regimes ditatoriais e outros

30 jul 2025 - 13h52
(atualizado às 13h59)
Resumo
O ministro Alexandre de Moraes tornou-se a primeira autoridade de um país democrático a ser enquadrada na Lei Magnitsky pelos EUA, que historicamente pune violadores graves de direitos humanos.
Sessão plenária do STF - 25/06/2025 - Alexandre de Moraes
Sessão plenária do STF - 25/06/2025 - Alexandre de Moraes
Foto: Fellipe Sampaio /STF / Estadão

Com o anúncio do governo dos Estados Unidos enquadrando o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na Lei Magnitsky, na tarde desta quarta-feira, 30, essa se torna a primeira vez que uma autoridade de país democrático é punida pela lei.

Desde a semana passada, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que tem trabalhado ativamente nos Estados Unidos contra os interesses econômicos brasileiros e a soberania nacional, vinha afirmando que sanções também poderiam atingir os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). A afirmação de Eduardo estenderia os ataques americanos contra os Poderes brasileiros também ao Legislativo, do qual o próprio filho de Bolsonaro faz parte.

Publicidade

Até o momento, a norma só havia sido aplicada para violadores graves dos direitos humanos, como autoridades de regimes ditatoriais, integrantes de grupos terroristas e criminosos ligados a esquemas de lavagem de dinheiro e de assassinatos em série.

Entre os casos emblemáticos estão:

  • assessores diretos do príncipe Mohammed bin Salman, da ditadura da Arábia Saudita, responsabilizados pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi;
  • o ditador da Chechênia, Ramzan Kadyrov, acusado de execuções extrajudiciais; integrantes de grupos terroristas do Iraque e do Afeganistão;
  • dirigentes do Partido Comunista Chinês punidos por comandar políticas de repressão sistemática no país.

Na América do Sul, foram punidos:

  • membros de facções criminosas com conexões no Brasil;
  • envolvidos em lavagem de dinheiro e evasão de divisas;
  • o ex-presidente do Paraguai Horacio Cartes, punido após deixar o cargo, sob a acusação de envolvimento em esquemas de corrupção e lavagem de recursos.
Moraes vê 'irregularidade isolada' e decide não decretar prisão preventiva de Bolsonaro
Video Player
Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se