Mídia internacional repercute prisão de Bolsonaro: 'Acusado de liderar organização criminosa'

Ex-presidente teve prisão domiciliar decretada nesta segunda-feira, 4, pelo ministro Alexandre de Moraes

4 ago 2025 - 18h51
(atualizado às 20h34)
Resumo
A mídia internacional repercutiu a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, decretada pelo ministro Alexandre de Moraes por descumprir medidas cautelares impostas pelo STF.
Prisão de Bolsonaro repercute na imprensa internacional
Prisão de Bolsonaro repercute na imprensa internacional
Foto: Reprodução/The Washington Post/The Guardian

A mídia internacional repercutiu a decisão do ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF) de decretar a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL) nesta segunda-feira, 4. "Promotores acusam Bolsonaro de liderar uma organização criminosa que conspirou para anular a eleição, incluindo planos para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes", escreveu o The Washington Post. 

"A ordem de segunda-feira seguiu-se a uma decisão do Supremo Tribunal Federal no mês passado, que determinou que Bolsonaro usasse uma tornozeleira eletrônica e impôs um toque de recolher às suas atividades enquanto o processo estiver em andamento", completou o portal norte-americano.

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A rede TV Al Jazeera, do Catar, destacou que Moraes enfrenta sanções do governo Trump por conta do processo envolvendo Bolsonaro. "A ordem foi emitida pelo ministro Alexandre de Moraes, que enfrenta sanções do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por supervisionar o caso contra Bolsonaro. Moraes disse que Bolsonaro violou medidas cautelares impostas pelo tribunal que restringiam o uso de redes sociais e mensagens políticas pelo ex-presidente".

Al Jazeera e The New York Times destacaram prisão domiciliar de Bolsonaro
Foto: Reprodução/Al Jazeera/The New York Times

O jornal britânico The Guardian citou o descumprimento de medidas cautelares por parte do ex-presidente como justificativa para a decisão do ministro: "Moraes escreveu que, enquanto manifestantes saíam às ruas em diversas cidades do país no domingo em apoio ao ex-presidente, Bolsonaro usou as contas de mídia social de aliados para compartilhar mensagens contendo 'claro incentivo e incitação ao ataque ao Supremo Tribunal Federal e apoio aberto à intervenção estrangeira no judiciário brasileiro'".

O The New York Times ressaltou que o presidente Donald Trump é um aliado político de Bolsonaro e que ele considera o processo contra o ex-presidente uma "caça às bruxas".

"Seu caso está no centro da disputa tarifária do presidente Trump com a nação sul-americana. Trump chamou o caso contra Bolsonaro, um aliado político, de 'caça às bruxas'. Na semana passada, o presidente americano impôs tarifas de 50% sobre alguns produtos brasileiros. Ele também impôs sanções ao ministro Moraes, acusando-o de censurar vozes conservadoras online", disse.

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Na Argentina, Clarín chama prisão domiciliar de Bolsonaro de 'desobediência'
Foto: Reprodução/Clarín

Na Argentina, o Clarín apontou que a decisão do ministro se deu em razão de "desobediência" por parte de Bolsonaro e que ele "desafiou" as medidas cautelares: "Em sua decisão, Alexandre de Moraes declarou que o Judiciário não permitirá que Bolsonaro 'trate o país como um tolo', um dia após aliados próximos do ex-presidente de extrema-direita postarem imagens dele nas redes sociais, desafiando a proibição imposta por Moraes". 

BBC diz que Bolsonaro falou no viva-voz para multidão no Rio de Janeiro
Foto: Reprodução/BBC

A BBC informou que o decreto de Moraes surge um dia após as manifestações a favor do ex-presidente e que um de seus filhos, Flávio, "colocou o pai brevemente no viva-voz para a multidão no Rio de Janeiro". 

"Flávio também teria publicado, posteriormente, um vídeo, que ele apagou em seguida, de seu pai do outro lado da linha enviando uma mensagem aos apoiadores. Ele já havia sido ordenado anteriormente a usar uma tornozeleira eletrônica, a cumprir um toque de recolher, a não usar as redes sociais e a não contatar seu filho Eduardo Bolsonaro, que fez lobby em seu nome junto a autoridades americanas nos EUA", afirmou o jornal britânico.

Repercussão entre políticos

Aliados do ex-presidente e opositores se manifestaram sobre a prisão domiciliar de Bolsonaro por meio das redes sociais. 

"Prisão domiciliar decretada de Jair Bolsonaro por Moraes. Motivo: Corrupção? Rachadinha? Desvio de bilhões? Roubou o INSS? Não. Seus filhos postaram conteúdo dele nas redes sociais. Que várzea!", escreveu o deputado federal Nikolas Ferreira (PL). 

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Já a deputada federal Duda Salabert (PDT) afirmou que a prisão domiciliar do ex-presidente é uma "cobrança" da história. "A democracia resiste. E quem atentou contra ela começa a pagar!".

Fonte: Redação Terra
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