BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com ministros neste domingo no Palácio da Alvorada para discutir a reação do governo à taxação de produtos brasileiros anunciada pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump. A sobretaxação a produtos brasileiros será 50% a partir de 1º de agosto.
No encontro, houve um alinhamento de pensamento entre ministros, técnicos e a própria Presidência da República, para que os ataques de Trump não sejam vistos como uma agressão a Lula, mas ao País. Também ficou decidido que Lula precisará liderar as respostas ao tarifaço contra produtos brasileiros.
Mais cedo, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou em São Paulo que a regulamentação da chamada Lei da Reciprocidade deve ser publicada em decreto até terça-feira, 15. A legislação, aprovada pelo Congresso Nacional, autoriza o Brasil a adotar medidas tarifárias e não tarifárias contra países que impuserem barreiras às exportações brasileiras.
Além de Alckmin, estiveram no Palácio da Alvorada os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais), Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária) e Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social), além do líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA).
Neste domingo, Lula postou um vídeo em rede social comendo jabuticabas no quintal do Alvorada e brincando com Trump. Lula disse que vai levar jabuticabas ao presidente dos Estados Unidos porque quem come a fruta não fica de "mau humor" e "não precisa de briga tarifária". Lula deu ainda um aceno à diplomacia entre os dois países.
Na última semana, o presidente brasileiro adotou outro tom. Reclamou da carta divulgada por Trump em rede social. Disse que era uma falta de respeito à soberania do Brasil e mandou o Itamaraty devolver a mensagem ao governo dos EUA. Na carta, Trump diz que o ex-presidente Jair Bolsonaro é vítima de uma "caças às bruxas" e que o Supremo Tribunal Federal comete abusos.