Após ter seu mandato como deputado federal cassado pela Mesa Diretora da Câmara, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) falou sobre a possibilidade de perder seu passaporte diplomático e nas consequências dessa situação em entrevista ao SBT News na noite deste sábado, 20.
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"Fiquei sabendo que há uma ordem a todas as embaixadas e consulados brasileiros para que eu não possa ter o passaporte comum. Assim sendo, dentro de 30 ou 60 dias, assim que eu perder meu mandato e for notificado, tenho que devolver o meu passaporte diplomático", afirmou Bolsonaro, sem dar mais detalhes sobre a origem da informação.
"Vou ficar sem passaporte brasileiro em mais uma tentativa de Alexandre Moraes de minar o meu trabalho. Estou 'vacinado', sei as estratégias dele. [...] Em princípio, estou sob risco de perder o passaporte brasileiro. Isso não me impediria de fazer outras saídas internacionais porque tenho outros meios para fazê-lo. Ou quem sabe até correr atrás de um passaporte de apátrida. Vamos ver como é que isso acontece", continuou.
Segundo o site da Câmara, o passaporte diplomático de Eduardo Bolsonaro e sua esposa foi emitido em 2023, com validade até 31 de julho de 2027. A página indica que o documento não é mais válido.
O filho de Jair Bolsonaro não acredita que a perda do mandato prejudicará sua vida política no exterior: "As pessoas não me recebem porque tenho diploma de deputado federal na parede. Me recebem porque há muitos anos gasto dinheiro do meu próprio bolso rodando o mundo e, por isso, as portas se abrem, principalmente no cenário conservador. Entrevistas em canais internacionais, em inglês ou espanhol. Isso continuará ocorrendo."
Questionado sobre a escolha de seu irmão, Flávio, para uma possível candidatura à presidência apoiada pela família em 2026, respondeu: "Eu de maneira nenhuma fiquei triste, muito pelo contrário. Trabalhei para a escolha do nome do Flávio, que é um nome viável."
"É uma pessoa que vai atrair esse voto das pessoas de centro, que não seguem, necessariamente, a política. O Flávio já está sentando com agentes do centro, pessoas do mercado financeiro. Cada vez mais vai colocar adiante a sua campanha. O que eu posso contribuir é a parte internacional: contatos com o mundo árabe, Israel, os Estados Unidos, El Salvador...", prosseguiu.
Sobre sua atuação em solo norte-americano, comentou: "Não fiz recentemente mais nenhuma ida a Washington. Os contatos seguem principalmente através de WhatsApp ou redes sociais."
Eduardo Bolsonaro também negou que tenha atuado em favor da aplicação de tarifas à economia brasileira por parte dos Estados Unidos: "O que fizemos aqui foram reuniões parlamentares, contatos com autoridades. Não fiz lobby. Nunca trabalhei por tarifas ao Brasil."
"Mas essa foi a decisão do presidente Trump, assim como retirar Alexandre de Moraes da Lei Magnitsky. Certamente ele fez isso pelo melhor interesse dos americanos, que é o que ele tem que fazer enquanto presidente. Tenho muita gratidão por ele ter prestado atenção na situação emergencial do Brasil".