Lula rebate Bolsonaro e diz que não fará "jogo rasteiro"

Petista ainda fez provocações a respeito da popularidade em queda do atual chefe do Executivo

28 mai 2021 - 12h09
(atualizado às 12h32)
Ex presidente Lula no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
Ex presidente Lula no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
Foto: Roberto Sungi / Futura Press

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) respondeu ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre críticas feitas a ele em transmissão semanal ao vivo nas redes sociais do mandatário.

"Não vou fazer jogo rasteiro do Bolsonaro. Vou levar Bolsonaro como deve ser levado", afirmou. "Não tenho duas caras. Se for analisar minha vida, vai perceber que tenho uma coerência política. O mesmo não acontece com o atual presidente".

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Na quinta-feira, 27, Bolsonaro, sem citar o oponente, dedicou críticas a Lula. Para ele, há "um candidato ladrão que diz que dará R$ 600 de auxílio quando for presidente". "Por que não deu lá atrás, quando foi presidente?", argumentou. Segundo Bolsonaro, Lula não fez transposição de água, mas sim "de grana".

Em entrevista à Rádio Tiradentes do Amazonas na manhã desta sexta-feira, 28, Lula rebateu que não tem medo de ser candidato em 2022 e que, diferentemente de Bolsonaro, vai andar nas ruas e falar com povo, mas com responsabilidade.

"Se tem uma coisa que não tenho é medo de rua. Mas não sei se ele vai conseguir andar, porque se continuar caindo nas pesquisas como está caindo, daqui a pouco só vai poder visitar um quartel ou um miliciano no Rio de Janeiro", pontuou o ex-presidente. Pesquisas recentes apontam que, se as eleições fossem hoje, Lula teria ampla vantagem eleitoral sobre Bolsonaro.

Na disputa contra o atual presidente, o petista disse que está "muito tranquilo". A expectativa para Lula é que os protestos contra Bolsonaro, programados para acontecer em diversas cidades do Brasil no sábado, 29, sejam uma forma de o povo "recuperar a democracia do País".

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Contra as ameaças feitas de Bolsonaro sobre a Zona Franca de Manaus, Lula garantiu que, se for eleito, a área vai continuar pois "é o coração do desenvolvimento do Amazonas". O ex-presidente afirmou que vai impulsionar a discussão e o desenvolvimento da região da Amazônia. "Não sou aqueles que discute Amazônia como santuário", mas reforça que a região deve ser cuidada "democraticamente e cientificamente". Lula ainda se disse favorável à construção da Rodovia 319 e defendeu que é possível executá-la de forma "ambientalmente correta".

Em resposta à visita de Bolsonaro à São Miguel da Cachoeira (AM), o ex-presidente firmou compromisso de que vai à região. "Vou conversar com esse povo [indígena] porque não é possível que a gente não tenha dimensão de que esses índios são intrusos", declarou. Segundo Lula, o cuidado com o povo indígena e a concessão de terras devem ser vistos com normalidade, "mas o presidente não gosta disso". "É um momento extraordinário para elevar o nível de debate político", pontuou.

Na quinta-feira, Bolsonaro visitou a região para inauguração de uma ponte de madeira no km 91 da BR-307 na cidade, que liga o município à comunidade Yanomami em Balaio. Foi a primeira visita de Bolsonaro a uma terra indígena. No evento de inauguração da ponte, o mandatário também retirou a máscara para cumprimentar indígenas.

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