Ex-procurador do INSS tentou comprar carro de R$ 380 mil após ser alvo da PF e afastado do cargo

Virgílio Oliveira Filho foi ao banco pedir reserva para comprar um Audi A5 Sedan em 28 de maio, pouco mais de um mês da Operação Sem Desconto; procurado, ele não comentou

3 out 2025 - 13h11
(atualizado às 13h21)

BRASÍLIA - O ex-procurador-chefe do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho tentou comprar um carro de luxo avaliado em R$ 380 mil pouco mais de um mês depois da operação da Polícia Federal que o afastou do cargo.

Um exemplar do Audi A5 Sedan Performance S Edition, carro que o ex-procurador do INSS tentou comprar após operação da PF
Um exemplar do Audi A5 Sedan Performance S Edition, carro que o ex-procurador do INSS tentou comprar após operação da PF
Foto: Audi/Divulgação / Estadão

De acordo com relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeira (Coaf) entregue à CPI do INSS, que investiga o esquema de descontos ilegais a aposentados, o ex-servidor solicitou ao banco uma reserva para compra de Audi A5 Sedan Performance S Edition.

Virgílio foi um dos cinco diretores do INSS afastados pela decisão judicial que deflagrou a Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, em 23 de abril. O governo o retirou oficialmente do cargo no mesmo dia.

A investigação policial aponta que o então procurador teve um "incremento patrimonial" de R$ 18 milhões do grupo que estaria no centro das fraudes. Os repasses teriam ocorrido por meio de empresas e contas bancárias da mulher dele.

Entre os remetentes da verba, Antônio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS, apontado como um dos principais articuladores do esquema.

A CPI do INSS aprovou, na quinta-feira, 2, a convocação de Virgílio Oliveira Filho para prestar depoimento, o que ainda não tem data para ocorrer.

Virgílio Oliveira Filho foi nomeado para o cargo de procurador-geral do INSS pela primeira vez em 2020, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e permaneceu no cargo até 2022, quando passou a atuar como consultor jurídico do Ministério do Trabalho e Previdência.

Em setembro de 2023, já no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PL), Virgílio foi renomeado para a Procuradoria-Geral do INSS.

Os pagamentos seriam uma contrapartida para editar pareceres que garantiriam a continuidade de cobranças indevidas diretamente na folha de pagamento de aposentados e pensionistas.

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