Dino lembra que STF já negou liberdade a Lula e que não há no voto nenhum tipo de recado

Ministro do Supremo afirmou que o STF já julgou outros pessoas de diferentes posições políticas

9 set 2025 - 16h07
(atualizado às 17h39)
Resumo
O ministro Flávio Dino destacou, em julgamento do STF, que seus votos se baseiam exclusivamente nos autos, sem mensagens implícitas, e relembrou decisões anteriores da Corte, como a negativa de habeas corpus ao presidente Lula em 2019.

Em seu voto no julgamento do ‘núcleo crucial’ da trama golpista, o ministro Flávio Dino relembrou que o Supremo Tribunal Federal (STF) já negou liberdade a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no caso do caso do tríplex de Guarujá (SP). Ele afirmou ainda que não há “nenhum tipo de recado” no voto.

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O magistrado reforçou que a história do Supremo mostra que o tribunal já julgou “políticos de todas as posições político-partidárias”, e usou o presidente como exemplo. 

“Outro dia julgou o mensalão. E isto foi um fato ordinário na trajetória do Supremo. Esse tribunal negou habeas corpus ao atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e parece que numa abordagem clubística, que eu lamento que profissionais do direito às vezes adiram, quando o árbitro de futebol marca o pênalti para o meu time, ele é o melhor do mundo. Se ele marca para o outro time, ele é o pior do mundo”, declarou. 

O ministro se refere a junho de 2019, quando Lula, então ex-presidente, havia entrado com dois pedidos de habeas corpus e teve ambos negados pelo STF. Na época, ele havia sido condenado pelo Tribunal Regional Federal 4ª Região (TRF4) a 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso. 

Flávio Dino, ministro do STF, no 3º dia do julgamento da trama golpista
Flávio Dino, ministro do STF, no 3º dia do julgamento da trama golpista
Foto: Gustavo Moreno/STF

Na época, no primeiro pedido, a Turma decidiu manter a decisão do ministro Edson Fachin, relator do caso, que negou a anulação do processo, bem como a liberdade de Lula. No segundo, os magistrados negaram, além da liberdade, a suspeição do juiz Sergio Moro, pedido pela defesa.

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Durante seu voto nesta terça, Dino reforçou ainda que esse julgamento não é o das Forças Armadas. Ele também disse que o julgamento corre numa ‘moldura de absoluta normalidade’ quanto aos critérios técnicos. 

“Não é um julgamento diferente do que nossos colegas fazem Brasil afora [...]. O que torna esse julgamento digno de um debate público são fatores que em nada impactam o desfecho desse julgamento. Há coações, até ameaças de governos estrangeiros. Não há no voto nenhum tipo de recado, mensagem, o que há é o exame estrito do que está nos autos", declarou. 

Ele também reforçou que o em seu voto, ou qualquer outro, não há "nenhum tipo de recado, mensagem, backlash, o que é há é o exame estrito daquilo que está nos autos". "E que bom que esse julgamento é tão criticado. A única coisa que como brasileiro espero é que as críticas sejam lastreadas nos autos, e que não haja a transformação do julgamento num artefato midiático de mera luta política", afirmou. 

'Não há um julgamento de uma posição política', diz Dino
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Fonte: Redação Terra
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