COLUNA | Restrições e eventual prisão de Bolsonaro podem mudar o jogo político no Brasil

O fato é que, por ora, o bolsonarismo possivelmente irá se diluir em outros nomes que possam concorrer

18 jul 2025 - 14h38

Com o desenrolar da operação da Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (18), que levou o ex-presidente Jair Bolsonaro a usar tornozeleira eletrônica, muita coisa pode mudar no jogo político brasileiro a partir de agora. Ele já estava inelegível e dificilmente conseguiria reverter essa condição a tempo de participar do pleito de 2026. Dessa forma, o que acontecerá após essa operação possivelmente será uma continuação dessa inelegibilidade, porém com mais intensidade.

Foto: Carolina Antunes/PR | Divulgação/Cleiby Trevisan | Tiago Augusto Chaves de Lima / Divulgação / Porto Alegre 24 horas

Uma das principais metas da ala bolsonarista atualmente é eleger senadores a partir das próximas eleições. E os objetivos por trás disso são evidentes: combater o Judiciário, mais precisamente o Supremo Tribunal Federal (STF), uma vez que o Senado tem a capacidade de articular o impeachment de ministros. Além disso, é mais "seguro", do ponto de vista eleitoral, indicar senadores, uma vez que o mandato é mais longo e se trata de uma eleição majoritária, o que pode facilitar a vitória caso haja apoio popular em cada estado. Dessa forma, é possível esperar uma intensificação na indicação de nomes ao Senado.

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Contudo, as corridas aos Executivos federal e estaduais não ficarão de fora. Pelo andar da carruagem, é provável que Bolsonaro indique outro nome para concorrer à Presidência. Qual seria? Ainda não se sabe, mas alguns se destacam. O principal deles é Tarcísio de Freitas, atual governador de São Paulo. Há quem especule que algum dos filhos de Bolsonaro seja nomeado, mas isso é bastante improvável. O fato é que, por ora, o bolsonarismo possivelmente irá se diluir em outros nomes que possam concorrer.

Vale relembrar a fala do deputado federal Luciano Zucco (PL) no programa RaioX desta quinta-feira (17). Ele afirmou que possivelmente iriam prender Bolsonaro, mas que isso traria consequências. Quais serão? Ainda não se sabe, mas a fala do parlamentar não chega a causar espanto, uma vez que o movimento bolsonarista dificilmente ficaria de braços cruzados ao ver seu maior símbolo indo para a cadeia, da mesma forma que militantes do PT não ficaram parados quando Lula foi preso. Tais paralelos são interessantes de se observar.

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