Câmara aprova projeto Antifacção com novas regras contra o crime organizado

Parecer final foi apresentado em plenário pelo relator Guilherme Derrite (PP-SP); texto segue para análise no Senado

18 nov 2025 - 21h27
(atualizado às 23h50)
Plenário da Câmara dos Deputados nesta terça-feira, 18
Plenário da Câmara dos Deputados nesta terça-feira, 18
Foto: Divulgação/Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

A Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira, 18, o Projeto de Lei 5582/25 de combate ao crime organizado, chamado de projeto 'Antifacção', com os substitutivos apresentado pelo relator, deputado Guilherme Derrite (PP-SP). O texto segue, agora, para análise no Senado. 

Após a deliberação dos líderes, o plenário da Câmara aprovou o projeto com 370 votos favoráveis, 110 contrários e três abstenções. 

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Antes da votação, a Câmara deliberou sobre o parecer elaborado por Derrite, que tipifica várias condutas comuns de organizações criminosas ou milícias privadas, atribuindo a elas pena de reclusão de 20 a 40 anos em um crime categorizado como 'domínio social estruturado'.

A preferência ao texto apresentado pelo governo federal foi derrubada pelos deputados, com 306 votos contrários a 156 favoráveis. O projeto aprovado, portanto, contou com os substitutivos do relator.

No início da noite, Derrite divulgou a sexta versão do seu parecer sobre o PL, incluindo alterações em um dos agravantes para o crime de 'domínio social estruturado' e nas previsões sobre as audiências de custódia por videoconferência.

A proposta de Derrite ao projeto 'Antifacção' possui cinco eixos: 

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  • Ampliar os tipos penais para abarcar ações como domínio territorial, sabotagens e ataques armados;
  • Aumentar penas para 20 a 40 anos, podendo ultrapassar 65 anos em casos com agravantes;
  • Facilitar o bloqueio e a indisponibilidade de bens, inclusive digitais e em nome de terceiros, com cooperação internacional;
  • Permitir intervenção em empresas usadas pelo crime para lavagem de dinheiro; e
  • Reforçar a execução penal, garantindo que líderes de facções cumpram pena em presídios federais de segurança máxima para interromper seu comando.
Guilherme Derrite é relator do projeto antifacção na Câmara dos Deputados
Foto: Taba Benedicto/Estadão / Estadão

No artigo que descreve as condutas enquadradas como 'crimes cometidos por membros de organização criminosa ultraviolenta', são listadas as respectivas penas e agravantes.

Nesse trecho, Derrite propôs mais uma hipótese de aumento de pena: quando o 'crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica com a extração ilegal de recursos minerais ou a exploração econômica não autorizada'.

Derrite também detalhou o regramento sobre as audiências de custódia via videoconferência, prevendo que todos os estabelecimentos prisionais terão salas próprias, 'com disponibilização de mecanismos de videoconferência estáveis'.

O relator ainda ajustou a redação sobre o perdimento extraordinário de bens. A medida será aplicada quando "restar clara a origem ilícita do bem, independente de condenação penal", sem a necessidade de haver risco de dissipação de patrimônio.

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Também foi aprovado o destaque proposto pelo Novo, que determina a perda do direito ao voto entre aqueles em privação de liberdade de forma provisória e temporária, assim como o cancelamento do título de eleitor.

Com a aprovação, o projeto segue, agora, para análise no Senado. Mais cedo nesta terça-feira, o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), já havia indicado o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) à relatoria. 

*Com informações de Estadão Conteúdo.

Fonte: Portal Terra
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