Bolsonaro evita aparições públicas e acompanha julgamento em casa

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que está acompanhando o julgamento na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).

2 set 2025 - 15h24

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que está acompanhando o julgamento na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira, 2.

Bolsonaro.
Bolsonaro.
Foto: Reprodução / Portal de Prefeitura

Em prisão domiciliar, Bolsonaro está em casa, em Brasília, acompanhado dos filhos Carlos e Jair Renan, vereadores pelo PL do Rio e Balneário Camboriú (SC), respectivamente.

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Bolsonaro apareceu em frente à residência no fim da manhã, quando o procurador-geral da República, Paulo Gonet, já finalizava a acusação na primeira sessão do julgamento da ação penal sobre a trama golpista.

"Estou acompanhando", disse o ex-presidente ao Estadão. Bolsonaro se recusou a fazer outros comentários.

Jair Renan saiu na calçada, em frente à casa, mas não conversou com a reportagem

Na chegada ao Supremo nesta manhã, o advogado Celso Vilardi, um dos responsáveis pela defesa de Bolsonaro, afirmou que o ex-chefe do Executivo não estaria presente na sessão. Segundo Vilardi, ele manifestou interesse em ir ao Supremo, mas os problemas de saúde impossibilitam a ida dele.

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A casa de Bolsonaro, localizada em um condomínio em Brasília, ficou sem movimentação grande parte da manhã neste primeiro dia de julgamento.

Desde o último dia 30, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, a Polícia Penal do Distrito Federal vigia a área externa da residência.

A medida, recomendada pela Polícia Federal, estabelece ainda que todos os carros que saírem do local sejam revistados.

Réus no processo

Além de Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar, também são réus no julgamento:

  • Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor da Abin;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice em 2022;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência.

Todos respondem por acusações que incluem organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, além de dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Julgamento

O processo segue as regras previstas no Regimento Interno do STF e na Lei nº 8.038 de 1990. O primeiro voto é do relator Alexandre de Moraes. Em seguida, votam os ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, que preside a Primeira Turma.

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A decisão final será tomada por maioria simples, ou seja, bastam três dos cinco ministros para definir pela absolvição ou pela condenação dos acusados.

Bolsonaro vira alvo de críticas 

O deputado estadual João Paulo (PT) fez duras críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após sua ausência no julgamento que acontece nesta terça-feira, 2 de setembro, na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em postagem nas redes sociais, o parlamentar acusou o ex-chefe do Executivo de fugir da responsabilidade.

"Mais uma vez Bolsonaro prova sua covardia: fugiu do julgamento. Quem tem coragem vai de cabeça erguida; quem tem culpa se esconde", escreveu João Paulo.

Segundo os advogados de Bolsonaro, Celso Vilardi e Paulo Cunha Bueno, o ex-presidente chegou a manifestar o desejo de estar presente, mas acabou desistindo de comparecer à sessão. Pessoas próximas relataram que uma crise persistente de soluço, que o vem atingindo nos últimos dias, teria sido a causa da ausência.

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A sessão, no entanto, marca um momento decisivo para o futuro político do ex-presidente e de sete de seus aliados. O processo em análise investiga a suposta organização de um plano de golpe de Estado após a derrota eleitoral de 2022.

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