Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro, teve prisão domiciliar decretada pelo STF, acusado de participação em tentativa de golpe de Estado; ele já usava tornozeleira eletrônica e a decisão visa impedir novas fugas de envolvidos.
O ex-assessor internacional da Presidência do ex-presidente Jair Bolsonaro, Filipe Martins, teve prisão domiciliar decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes neste sábado, 27. Filipe deve ficar preso em casa em Ponta Grossa (PR). As informações foram divulgadas pela defesa do ex-assessor, nas redes sociais.
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A prisão de Martins foi decretada após a tentativa de fuga de Silvinei Vasques. Em uma rede social, Jeffrey Chiquini, advogado de Filipe Martins, afirmou que os policiais federais estão cumprindo uma ordem de Moraes que teria decretado a prisão domiciliar de Filipe Martins. Ele classificou como "absurda" a medida contra o ex-assessor de Bolsonaro e afirmou que a defesa vai recorrer.
A decisão de Moraes foi motivada para evitar a fuga de outros condenados pela trama golpista. Silvinei teve a tentativa de fuga frustrada e foi preso em um aeroporto no Paraguai. Ele deve ser transferido para Brasília neste sábado.
A PF foi até a casa de Filipe Martins para comunicar a decisão. Ele já estava usando tornozeleira eletrônica, e tinha autorização para sair de casa durante o dia. Agora, essa medida foi revogada.
Martins foi condenado a 21 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), em julgamento realizado no dia 16 de dezembro.
Outros condenados que ainda não cumprem prisão por não terem esgotado recursos estão sendo comunicados neste sábado, 27.
Núcleo 2
A operação da PF na casa de Martins acontece um dia depois da prisão do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) do governo Bolsonaro, Silvinei Vasques, no Paraguai, enquanto ele tentava fugir, com documentos falsos, para El Salvador.
Filipe e Silvinei fazem parte do chamado "núcleo 2" da trama golpista. De acordo com a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), o grupo foi responsável por gerenciar as principais iniciativas da organização criminosa que tentou dar um golpe de Estado, mantendo Jair Bolsonaro no poder.
Entre as iniciativas citadas pela PGR, estão o uso das forças policiais para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder, a coordenação de ações de monitoramento de autoridades públicas, a interlocução com as lideranças ligadas aos atos de 8 de janeiro de 2023, quando foram invadidas e depredadas as sedes dos Três Poderes, e por fim, a elaboração da minuta do golpe, documento que iria implementar as medidas no país.