Aécio condiciona diálogo a investigação da Petrobras

5 nov 2014 - 16h57
(atualizado às 18h01)
Aécio Neves faz seu primeiro discurso na tribuna do Senado após as eleições
Aécio Neves faz seu primeiro discurso na tribuna do Senado após as eleições
Foto: Geraldo Magela / Agência Senado

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse nesta quarta-feira, em seu primeiro discurso no Senado após as eleições, que só se dispõe a dialogar com a presidente Dilma Rousseff com apresentação de propostas e quando o governo demonstrar interesse em investigar as denúncias de corrupção na Petrobras. O tucano voltou a reclamar da campanha eleitoral do PT e defendeu uma oposição forte nos próximos quatro anos.

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“Esconder, camuflar, virou rotina desse governo. Todo o esforço feito nessa casa para inibir a CPI foi em vão. Agora, os que foram intolerantes nesses  anos, falam em diálogo. Pois bem, qualquer diálogo tem que estar condicionado ao aprofundamento das investigações daqueles que protagonizaram o maior escândalo de corrupção, já chamado de petrolão”, discursou, fazendo referência à proposta de diálogo da presidente Dilma no discurso da vitória, no dia 26 de outubro.

Antes das eleições, a oposição articulou uma CPI para investigar suspeitas de irregularidades na Petrobras, como a compra da refinaria de Pasadena, o que sofreu resistência por parte do governo. Aécio Neves usou durante toda a campanha contra a presidente Dilma denúncias na estatal, que se defendeu acusando os tucanos de não investigar casos de corrupção durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.

No pronunciamento, Aécio voltou a prometer empenho na oposição para fiscalizar o governo. "Faremos uma oposição inquebrantável, intransigente. Vamos fiscalizar, vamos cobrar, vamos denunciar, vamos combater sem tréguas a corrupção", disse.

Derrotado no segundo turno pela presidente Dilma Rousseff, o tucano voltou a acusar a postura do PT durante a campanha eleitoral. Segundo ele, carros de som no Nordeste anunciavam que um eventual governo do PSDB acabaria com o Bolsa Família.

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“Nesse vale-tudo eleitoral, legitimaram a calúnia e a infâmia como instrumentos de luta política. A má-fé chegou as raias do absurdo e agrediu a consciência democrática do País”, disse.

O tucano também criticou uma resolução aprovada pela Executiva Nacional do PT na segunda-feira que defende a democratização de mídia e afirma ser “urgente construir hegemonia na sociedade”. O texto petista também diz que a candidatura tucana representava o machismo, o ódio, a intolerância, o racismo, o preconceito e a nostalgia pela ditadura militar.

“Esses atributos eles jogam sobre 51 milhões de homens e mulheres. Ora, a grande verdade é que nossa campanha respeitou os limites da ética, respeitou a democracia. Nós não somos isso que querem fazer crer, nós somos a verdade”, disse.

Em um aparte, o líder do PT, Humberto Costa (PE), disse que os excessos ocorreram em todos os lados da disputa eleitoral. “A presidente Dilma foi vítima também de agressões violentíssimas que não são apenas dessa campanha, são de quatro anos. No Brasil talvez apenas Getúlio Vargas e João Goulart foram submetidos a esse cerco”, disse.

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O senador petista lembrou que uma reportagem publicada pela revista Veja antes do segundo turno e algumas pesquisas eleitorais favoreceram o tucano. "É preciso desmonstarmos os palanques. A oposição precisa ter a visão clara que há muita coisa que deveríamos trabalhar em conjunto. O ódio está permitindo que alguns façam a defesa da ditadura militar, façam a defesa da secessão do Brasil", afirmou.

Fonte: Terra
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