Advogado de Ramagem e Cármen Lúcia batem boca sobre voto impresso em julgamento

Paulo Cintra equiparou voto impresso a voto auditável e ministra perdeu a paciência ao corrigi-lo

2 set 2025 - 16h09
(atualizado às 18h28)

O advogado Paulo Cintra, que defende o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem, entrou em uma discussão acalorada com a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia. O confronto aconteceu após o final da fala do jurista, quando a magistrada pediu licença para fazer uma correção e chamou a atenção de Cintra. 

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“O nobre advogado fez muitas referências à campanha pelo processo eleitoral auditável. Mas Vossa Senhoria sabe a distinção entre processo eleitoral auditável e voto impresso. Por que o senhor repetiu como se fosse sinônimo, mas não é”, disse a ministra, que também é presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Ela explicou que o processo eleitoral brasileiro já é auditável desde 1996, quando as urnas eletrônicas foram implementadas. Em seguida, afirmou que o voto impresso é contrário ao voto secreto, que garante a liberdade de escolha política dos eleitores.  

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante a primeira sessão de julgamento da ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro
A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante a primeira sessão de julgamento da ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro
Foto: Fátima Meira/Enquadrar/Estadão Conteúdo

Cintra retrucou, afirmando que confia na segurança das urnas e que apenas equiparou o voto impresso ao auditável em referências às falas do ex-presidente Jair Bolsonaro, réu no mesmo julgamento. “A minha opinião…”, disse o advogado, antes de ser interrompido pela ministra: “Não se trata de opinião, é fato que o sistema eleitoral brasileiro é auditável. Ponto!”

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Depois do debate, o advogado voltou a sentar-se diante dos ministros, em silêncio. Não foi a primeira vez que Cintra e Cármen entraram em atrito sobre o mecanismo de voto no Brasil. Em março, durante a primeira sessão de análise da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), o advogado afirmou que a segurança das urnas era de responsabilidade da Abin, o que a ministra refutou dizendo que se trata da atribuição de outro órgão. 

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Fonte: Redação Terra
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