Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF e aliado de Bolsonaro, foi preso no Paraguai após violar medidas cautelares, tentando fugir para El Salvador; STF converteu as medidas em prisão preventiva.
Uma foto obtida pelo Terra mostra o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques preso no Paraguai. O ex-dirigente, que atuou no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi detido nesta sexta-feira, 26, após romper a tornozeleira eletrônica em tentativa de fugir para El Salvador. Ele vestia uma calça jeans e uma camiseta na cor verde.
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Vasques foi preso na madrugada de hoje no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, ao tentar embarcar em um voo com destino a El Salvador. O ex-diretor da PRF deixou Santa Catarina com destino a Assunção sem autorização judicial.
Na tarde de hoje, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), converteu as medidas cautelares impostas a Vasques em prisão preventiva.
Silvinei havia sido condenado há dez dias pelo STF a 24 anos e seis meses de prisão por participação na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Apesar da condenação, ele ainda não cumpria pena em regime fechado porque a execução da sentença só pode ocorrer após o trânsito em julgado, quando não há mais possibilidade de recursos.
Mesmo em liberdade, Silvinei estava submetido a medidas cautelares desde agosto de 2024, quando deixou a prisão em Brasília após quase um ano detido por uso da máquina pública para interferir no segundo turno das eleições de 2022. À época de sua soltura, Moraes avaliou que ele não representava mais risco às investigações, mas determinou o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição de deixar o País e a vedação de contato com outros investigados.
De acordo com o ministro Alexandre de Moraes, foi a Polícia Federal que identificou que Silvinei estava descumprindo as medidas cautelares impostas pela Justiça. Segundo a PF, o sinal de GPS e de GPRS da tornozeleira eletrônica utilizada por Silvinei foi interrompido no dia 25 de dezembro, data do Natal.
Moraes destacou que, pouco depois, diligências realizadas pela PF no endereço residencial do réu, em São José (SC), indicaram sua fuga. Silvinei não foi localizado em seu apartamento durante a fiscalização noturna, o que configurou descumprimento do recolhimento domiciliar obrigatório. Além disso, imagens de câmeras de segurança mostraram que, na noite do dia 24, ele colocou bolsas, ração e tapetes higiênicos para cães no porta-malas de um veículo.
Ainda segundo o ministro, Silvinei foi visto utilizando um VW Polo prata, registrado em nome de uma empresa de locação, em vez de seu veículo pessoal. Ele também foi filmado deixando o edifício acompanhado de um cachorro e não retornou ao local.
Na decisão, Moraes afirmou que "a fuga do réu, caracterizada pela violação das medidas cautelares impostas sem qualquer justificativa, autoriza a conversão das medidas cautelares em prisão preventiva".