Quem é Ricardo Magro, maior devedor de ICMS do Brasil e dono de empresa alvo de megaoperação

Grupo Refit fraudava R$ 350 milhões por mês, apontou governo de São Paulo após ação policial

27 nov 2025 - 12h48
(atualizado em 28/11/2025 às 07h23)
Resumo
Ricardo Andrade Magro, líder do grupo Refit e ex-advogado, é apontado como o maior devedor de ICMS do Brasil, envolvido em esquemas de sonegação, lavagem de dinheiro e irregularidades que acumulam dívidas de R$ 26 bilhões em tributos.
Ricardo Magro
Ricardo Magro
Foto: Reprodução/Portal Magro Advogados

Alvo de megaoperação da Polícia Federal (PF), o grupo Refit é considerado o maior devedor de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de São Paulo. A Refit é liderada por Ricardo Andrade Magro, empresário e ex-advogado. 

Graduado em Direito pela Universidade Paulista de São Paulo (UNIP), o portal do escritório de advocacia do qual é sócio o descreve como "referência na defesa dos direitos dos postos de bandeira branca".

Publicidade

Magro ganhou destaque no noticiário em 2008, quando adquiriu a Refinaria de Manguinhos, já envolvida em dívidas de ICMS e disputas judiciais. Hoje, o grupo é apontado como o maior devedor contumaz de impostos do Brasil, com acusações de sonegação que somam R$ 26 bilhões, segundo operações recentes da Receita Federal e do Ministério Público.

Ricardo Magro
Foto: Reprodução/TV Globo

Ao longo dos anos, Magro se tornou figura recorrente em investigações ligadas a evasão fiscal, lavagem de dinheiro e irregularidades no setor de combustíveis. Seu nome apareceu em operações como a Carbono Oculto, que apurou possível ligação da Refit com redes de postos associados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), e em outras ações que investigam o uso de dezenas de empresas para cometer crimes fiscais. 

Em 2024, foi alvo de uma operação que investigava um suposto esquema de sonegação e lavagem de dinheiro. Na ocasião, a suspeita da Polícia Civil é que ele tenha utilizado 188 empresas para cometer crimes fiscais.

Ricardo Magro
Foto: Reprodução/TV Globo

Ele também esteve envolvido em casos de grande repercussão, como os Panama Papers, no qual foi listado por manter offshores em paraísos fiscais.

Publicidade

Além das denúncias no campo empresarial, Magro também tem histórico de envolvimento direto com figuras da política. Ele foi advogado e aliado do ex-deputado federal Eduardo Cunha e já foi preso em 2016, acusado de fraudes em fundos de pensão, em um caso que desviou pelo menos R$ 90 milhões, segundo o Ministério Público Federal (MPF). Posteriormente, foi absolvido. 

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, comparou os valores da sonegação fiscal e fraude do Grupo Refit, que tem dívida de mais de R$ 26 bilhões em tributos estaduais e federais relacionados a combustíveis, ao valor investido em Saúde e Educação no Estado, para mostrar o tamanho do problema causado aos cofres públicos. O grupo foi alvo de uma megaoperação nesta quinta-feira, 27.

Ao Terra, o Grupo Refit se pronunciou por meio de nota. Leia a íntegra:

"A Refit esclarece que os débitos tributários apontados pela Secretaria da Fazenda de São Paulo, que serviu como base para a operação Poço de Lobato estão sendo questionados pela companhia judicialmente — exatamente como fazem inúmeras empresas brasileiras que divergem de uma cobrança tributária, incluindo a própria Petrobras, maior devedora do Estado do Rio de Janeiro.

Trata-se, portanto, de uma disputa jurídica legítima e não de qualquer tentativa de ocultar receitas ou fraudar o recolhimento de tributos. Todos os tributos estão devidamente declarados, portanto não havendo que se falar em sonegação.

Publicidade

É lamentável que as autoridades constituídas permitam ser levadas a erro pelo cartel das distribuidoras personificado no Instituto Combustível Legal."

Fonte: Portal Terra
Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se