Casas de apostas também movimentavam dinheiro de pessoas que estão na lista da Interpol

Investigação da Polícia Civil de Pernambuco suspeita de dissimulação da origem e destino dos recursos

7 out 2024 - 14h33
(atualizado às 15h39)
Polícia Civil de Pernambuco
Polícia Civil de Pernambuco
Foto: Reprodução/Instagram

Casas de apostas e suas operadoras financeiras movimentaram transferências em dinheiro vivo entre contas de mesma titularidade, entre sócios e até de pessoas que constam na lista da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal). É o que aponta uma investigação da Polícia Civil de Pernambuco, que suspeita da origem e do destino dos recursos adquiridos por essas instituições. 

De acordo com informação do jornal Folha de S. Paulo nesta segunda-feira, 7, os documentos do caso foram produzidos com informações do Ministério da Justiça, do Banco Central e do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). 

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A investigação é a mesma que mirou, inicialmente, no Esportes da Sorte e depois avançou à influenciadora Deolane Bezerra e ao cantor Gusttavo Lima. A PayBrokers, empresa facilitadora que atua como um banco, também é investigada. 

Segundo os documentos divulgados pela publicação, a PayBrokers é citada como registrador de mais de R$ 3,9 bilhões em movimentações suspeitas. No entanto, a empresa afirma que atua de acordo com as normas do Banco Central, por transações rastreáveis e via Pix, e que transferências para o exterior também são monitoradas por instituições de fiscalização. 

Já sobre as transações para contas da mesma titularidade dos donos, a instituição diz que o ato se refere a um procedimento operacional de segurança e que todas as transações eletrônicas são declaradas de forma confiável e eficiente. Sobre os casos da Interpol, a empresa afirma que os “usuários não foram identificados em listas restritivas consultadas”. 

Outro relatório da inteligência da PC de Pernambuco, divulgado pelo jornal, aponta que a PayBorkers e suas filiais são mencionadas em um grande volume de movimentações consideradas suspeitas, em nomes de terceiros, que somam R$ 3,9 bilhões. O documento abrange entre janeiro de 2020 a abril de 2024, detalhando apenas os casos que consideram haver com a investigação envolvendo a Esportes da Sorte. 

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Entre eles, há dez transações intermediadas pela PayBrokers, realizadas por duas pessoas que constam na lista da Interpol. Os valores variam de R$ 15 a R$ 3.900 e somam quase R$ 10 mil. Segundo dados da agência, uma das pessoas é suspeita de associação ilícita e fraude em dados de cartão de crédito ou subsídio de terceiros e a outra está na lista suspeita de falsificar dinheiro e cartões. 

A PC lista ainda mais de R$ 900 milhões movimentados pela PayBrokers entre contas de mesma titularidade, que pode indicar “dissimulação da origem e destino dos recursos”. Também constam pagamentos aos próprios sócios. 

De acordo com a investigação, a HSF, empresa por trás da Esportes da Sorte, recebeu depósitos em dinheiro vivo, feitos entre 2021 e 2022. Sendo eles, de R$ 200 mil, R$ 90 mil e R$ 150 mil. Nos três casos, os valores não foram informados ao Banco Central. 

O Terra tenta contato com a Esportes da Sorte e com a PayBrokers. A reportagem será atualizada em caso de manifestação.

Fonte: Redação Terra
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