O general Augusto Heleno defendeu na segunda-feira o golpe militar de 1964 "contra a comunização do País". Ao passar para a reserva, em solenidade no Quartel-General do Exército, ele recorreu à memória do pai, que foi coronel e morreu quando ele era tenente: "Lutastes, em 1964, contra a comunização do País e me ensinastes a identificar e repudiar os que se valem das liberdades democráticas para tentar impor um regime totalitário, de qualquer matiz." O ministro da Defesa, Nelson Jobim, não compareceu. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
Polêmico e respeitado entre os militares, Heleno foi o primeiro comandante brasileiro da Força de Paz das Nações Unidas no Haiti e comandante do Exército na Amazônia. Seu último posto foi no Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT), que passou ao general Sinclair James Mayer, na presença do comandante Enzo Martins Peri. Heleno reclamou da função no DCT, ao qual se referiu como "geladeira profissional", e disse que a nomeação pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem chamou de "comandante supremo", lhe tornava "exemplo típico do homem errado no lugar errado".