PF desarticula esquema milionário de sonegação e lavagem de dinheiro com base em Pelotas

Organização criminosa gaúcha usava rede de franquias para burlar impostos e lavar dinheiro; prejuízo ao erário é estimado em R$ 28 milhões

8 jul 2025 - 10h27
(atualizado às 10h30)

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (8) a Operação Stuttgart, com o objetivo de desmantelar uma organização criminosa sediada em Pelotas, no sul do Rio Grande do Sul, acusada de causar prejuízo milionário aos cofres públicos. O grupo operava um esquema de comercialização de mercadorias descaminhadas, sonegação fiscal, empréstimos fraudulentos e lavagem de dinheiro por meio de uma rede com mais de 60 franquias espalhadas pelo país.

Cerca de 80 agentes da PF cumpriram 21 mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva nas cidades de Pelotas, Porto Alegre e São Paulo, com apoio da Receita Federal e da Anvisa. Também foram determinadas medidas como bloqueio de contas bancárias, sequestro de veículos e imóveis e apreensão de passaportes dos investigados.

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Esquema sofisticado de ocultação

Segundo a PF, a investigação teve início em novembro de 2023 e revelou que os produtos vendidos pelas franquias do grupo eram internalizados de forma irregular no Brasil com uso de notas fiscais falsas. Os pagamentos aos fornecedores ocorriam através de uma rede de doleiros, criada para ocultar a origem e o destino dos recursos financeiros, caracterizando lavagem de capitais e evasão de divisas.

As franquias eram registradas em nome de "laranjas", pessoas de origem humilde e sem patrimônio, o que impedia que os verdadeiros responsáveis fossem responsabilizados pelas dívidas fiscais e financeiras. Com isso, o líder da organização permanecia protegido, com seu patrimônio blindado das ações da Justiça.

"Essa sistemática propiciava a lavagem de capitais e a blindagem patrimonial do líder da organização criminosa", informou a Polícia Federal em nota oficial.

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Prejuízo estimado em R$ 28 milhões

As autoridades estimam que o esquema gerou prejuízo de ao menos R$ 28 milhões aos cofres públicos, decorrentes de sonegação de impostos, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e empréstimos bancários fraudulentos.

A operação, batizada de Stuttgart, nome de uma cidade alemã conhecida como polo industrial, faz referência à estrutura empresarial montada pelo grupo criminoso para operar suas atividades ilegais sob fachada de legalidade.

As investigações seguem em sigilo, e os envolvidos responderão por crimes como organização criminosa, lavagem de dinheiro, descaminho, evasão de divisas, fraude bancária e sonegação fiscal.

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