Operação investiga suposto esquema de propina envolvendo servidores do Samu em Porto Alegre

Ação da Polícia Civil cumpre mandados e mira contratos milionários, suspeita de superfaturamento e lavagem de dinheiro

10 dez 2025 - 10h54
(atualizado às 10h57)

A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta quarta-feira (10), uma operação para desarticular um esquema que teria beneficiado empresas contratadas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Porto Alegre. A investigação aponta que servidores ligados ao setor teriam recebido propina para favorecer firmas responsáveis pelo fornecimento de motoristas e pela manutenção de ambulâncias. Duas empresas suspeitas, que somam R$ 3,8 milhões em contratos com a prefeitura, seriam controladas por um servidor da corporação, apesar de estarem registradas em nome de terceiros.

O principal investigado é Jorge Luis Dias dos Santos, ex-chefe de frota do Samu, suspeito de articular o superfaturamento de serviços mecânicos em uma oficina que recebeu cerca de R$ 1 milhão em consertos. Segundo a apuração, depósitos e saques ocorridos em datas próximas ao pagamento das faturas do município sugerem o repasse de valores indevidos a Santos. As diligências também miram Vanderlei de Silva Fraga, motorista do Samu que, de acordo com o inquérito, administrava duas empresas em nome da esposa e pagaria vantagens ao colega para garantir contratos com a administração municipal.

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A operação, conduzida pelo Departamento Estadual de Repressão aos Crimes Contra a Administração Pública (Dercap), cumpre quatro mandados de busca e apreensão em Porto Alegre e Gravataí, incluindo a residência de Fraga e da esposa, onde funcionariam as sedes das empresas investigadas. Documentos, equipamentos e outros materiais foram recolhidos para análise. Além de direcionamento de contratos e recebimento de propina, a polícia apura possíveis crimes de lavagem de dinheiro.

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