Após o policial militar Henrique Velozo ser absolvido pela morte do lutador Leandro Lo, mãe do campeão de jiu-jitsu desabafa e diz que enterrou o filho pela segunda vez.
A mãe do mundial de jiu-jítsu Leandro Lo, Fátima Lo, usou as redes sociais nesse sábado, 15, para fazer um desabafo sobre a absolvição do policial militar Henrique Velozo, preso pelo homicídio do lutador em 2022.
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"Foi impunidade. Ontem enterrei meu filho pela segunda vez. Esse é o sentimento. Foi uma tristeza tão grande, porque a gente foi tão humilhado lá, massacrado pela defesa, aquele advogado e a bancada dele. Eles tempo todo nos provocavam e humilhava. E a gente não podia falar nada, se manifestar. Eu passei mal, Amanda também", disse Fátima em sua conta no Instagram.
Para a mãe de Leandro Lo, a defesa do policial "fez um circo, um teatro" para convencer o juri popular que julgou Veloso. "São muito bom como atores", disse.
Na publicação, ela finalizou dizendo que irá recorrer de decisão. "Quero agradecer nossos advogados que vão recorrer e sempre estiveram conosco. Agradecer a comunidade do jiu-jitsu que tá sofrendo e chorando com a gente essa impunidade", conclui Fátima.
Henrique Velozo foi inocentado em juri popular nesta sexta-feira, 14, em São Paulo. Ele é apontado como responsável pela morte do campeão mundial de jiu-jítsu Leandro Lo, morto com um tiro na cabeça durante um show no Clube Sírio, em agosto de 2022.
Após três dias de julgamento, os jurados aceitaram a tese de legítima defesa apresentada pela defesa, e o PM deixou o presídio Romão Gomes na madrugada de sábado.
A família de Leandro e o Ministério Público anunciaram que irão recorrer.
Henrique Velozo havia sido denunciado em 2022 por homicídio triplamente qualificado, com base em motivo torpe, meio cruel e emboscada. Em 2023, durante a primeira audiência de instrução, ele apresentou sua versão, alegando ter agido de forma defensiva. Ao todo, nove testemunhas foram ouvidas no júri, além do próprio réu.
O julgamento enfrentou adiamentos e tensões: inicialmente marcado para 2025, foi postergado por alegações de cerceamento de defesa e depois suspenso devido a um bate-boca entre acusação e defesa no plenário. Só em novembro o caso foi finalmente levado ao Tribunal do Júri, no Fórum Criminal da Barra Funda,
Durante o julgamento, os jurados ouviram testemunhas de acusação e defesa e acompanharam os debates entre Ministério Público, assistentes de acusação e advogados do PM. Dos sete jurados, ao menos quatro votaram pela absolvição, número suficiente para livrar Velozo da condenação. A sentença foi proferida pela juíza Fernanda Jacomini, da 1ª Vara do Júri,
Paralelamente ao processo criminal, a Justiça comum anulou, em outubro, a decisão administrativa que havia demitido o policial após o crime. Como resultado, Velozo foi reintegrado à Polícia Militar e voltou a receber salário superior a R$ 14 mil mensais.