Defesa de mulher suspeita de levar idoso morto em banco deve pedir revogação de prisão; saiba motivo

Prisão foi convertida para preventiva; defesa alega que ela deveria ter ao menos prisão domiciliar concedida

19 abr 2024 - 11h17
(atualizado às 11h52)
Mulher leva cadáver para sacar empréstimo de R$ 17 mil em banco no Rio
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A defesa de Érika Vieira Nunes, suspeita de levar idoso morto à agência bancária para pegar empréstimo de R$ 17 mil, deve pedir a revogação da prisão preventiva dela. O motivo seria para que ela pudesse cuidar da filha de 14 anos, que tem uma doença crônica, atestado por laudo médico. A informação é da Folha de S. Paulo

A mulher está presa desde a última terça-feira, 16, quando levou Paulo Roberto Braga, de 68 anos, em uma cadeira de rodas até a agência localizada em Bagu, no Rio de Janeiro. No local, os funcionários perceberam algo estranho e acionaram a polícia. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) constatou o óbito. 

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Érika foi ouvida e passou por audiência de custódia nesta quinta-feira, 18, e teve a prisão em flagrante convertida para preventiva. O caso é tratado como suspeita de vilipêndio a cadáver e furto mediante fraude.

Com isso, a advogada dela, Ana Carla Souza Correa, enviou à polícia laudos médicos para comprovar que uma das filhas da suspeita precisa dos cuidados da mãe, já que durante a infância, médicos atestaram dificuldade na fala e desenvolvimento psicomotor.

"Ele [Paulo] ficava mais aos cuidados de Erika porque ela ficava mais em casa, por conta da filha dela que precisa de cuidados especiais. Eventualmente, Erika fazia um trabalho como cabeleireira, mas ficava mais em casa. Quando ele começou a ficar debilitado, ela era quem o acompanhava em hospital. Sempre foi ela", relatou à Folha

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Foto: Reprodução/Twitter

"Poderia ter sido aplicado a ela o artigo 318 do Código de Processo Penal por equiparação. Erika tem uma filha especial [com deficiência] e é a guardiã. A filha precisa dos cuidados dela", reforça. A norma citada pela defesa se refere ao estabelecimento de condições para prisão domiciliar de mães ou responsáveis por crianças ou pessoas com deficiência.

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Quando foi presa, a suspeita relatou à polícia que estava "em estado emocional abalado" e fazia uso de medicação controlada. Por isso, estava "com seus reflexos desestabilizados e sem controle normal de seus sentidos, devido aos efeitos da medicação".

Idoso saiu vivo de casa

As investigações apontam que Paulo Roberto Braga teria saído de casa ainda com vida, mas entrado no banco já morto. Quem divulgou tal hipótese foi o delegado Fábio Luiz da Silva Souza, em entrevista ao programa UOL News, nesta quinta-feira, 18.

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"Ele já entrou no banco morto. Ela [a sobrinha] sabia disso até quando fingia falar com ele", considera Souza. Ele se refere ao vídeo que viralizou de Érika tentando fazer com que o tio assinasse o empréstimo. 

"Ele chegou com vida, mas lá dentro, no shopping, a gente vê que ele entra em óbito. A cabeça dele cai, fica totalmente solta e não tem mais nenhum tipo de movimento. É assim que ele entra no banco. Ele não tinha condições nenhuma de sair de casa naquele dia", afirma o delegado.

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Fábio Souza também argumenta que Érika contou em depoimento ter precisado da ajuda de um conhecido para por Paulo Roberto no carro de aplicativo para ir ao shopping. O idoso chegou a ser carregado pelo homem, que disse que ele estava vivo no momento.

"Ao invés de levar uma pessoa nesse estado para o hospital, ele foi levado para o shopping. Por que para o shopping primeiro? Porque o shopping fornece cadeira de rodas. Ela pegou a cadeira de rodas, sentou para tomar café e, nesse momento, a gente começa a perceber que ele já entrou em óbito", argumenta.

Anteriormente, em outra entrevista, o delegado havia contado que Érika teria tentado pedir, ao todo, três empréstimos com Paulo Roberto - contando com a tentativa no banco Itaú, onde ele estava morto. Além disso, testemunhas contaram à polícia que a sobrinha tentou comprar bens, como telefones celulares

Fonte: Redação Terra
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