Curitiba confirma mais duas mortes por Hepatite A e investiga terceira

Os sintomas iniciais da Hepatite A são fadiga, mal-estar, febre e dores musculares

20 mai 2024 - 14h48

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba confirmou, nesta segunda-feira (20), mais duas mortes por Hepatite A e investiga uma terceira. Desde o início do ano, o Centro de Epidemiologia já registrou 228 casos e cinco mortes pela doença. Há quase um mês, a administração municipal trabalha com surto de Hepatite A na cidade.

Foto: SMCS / Banda B

De acordo com a Prefeitura de Curitiba, em anos anteriores, a média de registros de Hepatite A era de 12 casos anuais, geralmente casos leves, que não precisavam de cuidados intensivos ou internamentos. Em 2024, no entanto, o aumento é significativo, sendo que 107 dos infectados (47%) foram internados e 10 (4%) precisaram de UTI. A maioria das confirmações, 174 casos, atinge homens, mas 54 mulheres também positivaram para a doença. A faixa etária mais prevalente é do adulto jovem. A maioria é de homens entre 20 e 39 anos.

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"Surto é um termo usado na epidemiologia para identificar quantidades acima do normal de doenças contagiosas ou de ordem sanitária", explica o diretor do Centro Municipal de Epidemiologia, Alcides de Oliveira.

Mortes

A primeira morte por Hepatite A aconteceu em fevereiro. Uma mulher, de 29 anos, atendida em uma UPA que, no entanto, não aguardou o tratamento, tendo fugido antes da alta. Depois de alguns dias, precisou ser atendida pelo Samu, já com quadro grave, quando foi transferida a um hospital, onde veio a falecer.

O segundo óbito aconteceu em março. Um homem de 40 anos, em situação de rua, buscou assistência em uma UPA, foi transferido a um hospital, colocado em fila de transplantes, mas sem tempo hábil de realização do procedimento.

A terceira morte, também em março, se refere a um homem de 60 anos, internado em um hospital particular, que não aguardou o tratamento e se evadiu antes da alta médica. Ao retornar, com a situação de saúde já muito grave, não foi possível a recuperação. O paciente apresentava comorbidades, como obesidade, hipertensão, diabetes e esteatose.

O quarto óbito confirmado, em maio, se refere a um homem de 38 anos, levado a uma UPA pelo Samu, que recusou atendimento pela equipe médica. Cinco dias depois foi levado a um hospital, sem condições de controlar a situação de saúde.

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O quinto óbito, também em maio, é de um homem de 54 anos, que procurou assistência médica depois de ter emagrecido 12 kg em 20 dias e com pele e olhos amarelados (icterícia). Procurou atendimento em uma UPA, foi transferido para hospital, mas com avanço rápido da gravidade.

Ainda em maio, o Centro de Epidemiologia identificou mais um óbito ainda em investigação. Trata-se de um homem de 55 anos, internado em hospital particular, que tem o atestado de óbito por hepatite viral, ainda sem especificação por qual tipo.

Em três das mortes confirmadas e na investigada, os pacientes faziam uso abusivo de álcool.

Alerta

Frente ao número de casos de Hepatite A e a gravidade da doença, a Secretaria emitiu alerta a todos os serviços de saúde e aos Conselhos de Classe para o diagnóstico precoce da doença.

"Com sintomas iniciais muito parecidos com os de outras doenças, ressaltamos a necessidade de que os profissionais de saúde estejam atentos para identificar a Hepatite A por meio de exames específicos, além de alertar as pessoas sobre as formas de contaminação", esclarece Alcides de Oliveira.

Os sintomas iniciais da Hepatite A são fadiga, mal-estar, febre e dores musculares. Com o passar dos dias, a pessoa contaminada apresenta urina escura, olhos e pele amarelados (icterícia), sinais claros da doença.

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No período inicial de sintomas é importante evitar a automedicação, que pode dificultar o diagnóstico diferencial, além de comprometer o fígado, que já está fragilizado pela hepatite. O ideal é buscar atendimento em uma unidade de saúde ou através da Central Saúde Já - 3350-9000.

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