Caso Ruy Ferraz Fontes: Justiça nega prisão preventiva e manda soltar 5 dos 12 indiciados

Suspeitos que responderão em liberdade terão de usar tornozeleira eletrônica; dez indiciados por envolvimento no assassinato do ex-delegado-geral estavam presos, e dois, foragidos

16 nov 2025 - 12h59

O Tribunal de Justiça de São Paulo negou a prisão preventiva de cinco dos 12 indiciados por envolvimento no assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes. A informação foi divulgada neste domingo, 16, pela Secretaria Estadual de Segurança Pública.

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Ruy Ferraz foi morto em setembro, em Praia Grande, cidade no litoral paulista onde ele era secretário. Na semana passada, a Polícia Civil havia concluído a primeira fase das investigações. O inquérito inicial indiciou 12 suspeitos e solicitou suas prisões preventivas por homicídio qualificado consumado e tentado, porte ou posse de arma de fogo de uso restrito e participação em organização criminosa. Dez indiciados estavam presos e dois permanecem foragidos. A decisão da Justiça determina a soltura de cinco dos dez detidos.

Delegado Ruy Ferraz Fontes, à época em que era diretor do Departamento Estadual de Investigações sobre Entorpecentes
Delegado Ruy Ferraz Fontes, à época em que era diretor do Departamento Estadual de Investigações sobre Entorpecentes
Foto: Werther Santana/Estadão / Estadão

Os suspeitos que tiveram a prisão preventiva negada responderão em liberdade, mas com medidas cautelares impostas, como o monitoramento por tornozeleira eletrônica. A secretaria ainda reforçou que as investigações continuam.

Relembre o caso

Ruy Ferraz Fontes, de 64 anos, foi baleado em uma emboscada enquanto saía da sede da Prefeitura da cidade, onde era secretário municipal de Administração. Ao menos 69 tiros foram disparados durante a ação. O carro onde ele estava sofreu 29 perfurações.

O ex-delegado-geral era conhecido por sua atuação contra a facção Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele chefiou a Polícia Civil paulista entre 2019 e 2022. Em 2006, foi o responsável por indiciar toda a cúpula do PCC, inclusive Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola.

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Delegado Ruy Ferraz Fontes, em 2006, durante operação contra o PCC
Foto: Valéria Gonçalvez/Estadão / Estadão

O ex-delegado-geral era monitorado por criminosos há pelo menos um mês. Ele também estava na mira do PCC, segundo relatório do Ministério Público de 2024 que detalhava planos de atentados contra autoridades.

A polícia ainda investiga um possível elo entre uma licitação de R$ 24 milhões realizada em setembro pela Prefeitura de Praia Grande e o assassinato. A licitação teria prejudicado uma entidade ligada aos criminosos.

O subsecretário de Gestão e Tecnologia de Praia Grande, Sandro Rogério Pardini, e outros quatro funcionários públicos da cidade foram alvos de mandados de busca e apreensão durante as investigações.

Em nota, a defesa do subsecretário afirma que Pardini "nega veementemente toda e qualquer participação, seja ela direta ou indireta, nos fatos que estão sendo apurados". Acrescenta ainda que ele está à disposição das autoridades para colaborar.

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