Em quedas sucessivas há sete dias, o volume armazenado no Sistema Cantareira, principal reservatório de água da Grande São Paulo, chegou hoje (18) a 5,9% da capacidade. Desde o dia 16, não é registrada chuva na região dos reservatórios, conforme boletim diário da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). A média pluviométrica para janeiro é 271,1 milímetros (mm), mas o acumulado do mês é bem inferior, 60,1 mm.
Os demais reservatórios da região metropolitana de São Paulo também apresentaram queda. O Alto Tietê também registra níveis críticos, com 10,5% da capacidade de armazenamento. O volume do Guarapiranga, na zona sul da capital paulista, passou de 39,7% para 39,3% neste domingo. Houve redução ainda no Alto Cotia (de 29,4% para 29,1%), no Rio Grande (de 69,7% para 69,4%) e no Rio Claro (de 24,5% para 23,9%).
Nesta semana, o secretário de Saneamento e Recursos Hídricos de São Paulo, Benedito Braga, informou que as obras para a interligação do Sistema Cantareira com a Bacia do Rio Paraíba do Sul devem começar ainda este mês. Ele participou na sexta-feira (16) de reunião, em Brasília, com representantes da Agência Nacional de Água (ANA) e dos estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais.
Com a interligação, será construído um reservatório que bombeará água para o Cantareira. O projeto apresentado no ano passado pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, prevê a construção de um canal entre as represas Atibainha, que integra o sistema que abastece a Grande São Paulo, e o Reservatório Jaguari, um dos afluentes do Paraíba do Sul, principal fonte de abastecimento do Rio de Janeiro, que também abastece Minas Gerais.
Segundo o secretário, o processo de interligação não comprometerá o abastecimento do Rio de Janeiro e deve começar a funcionar em março do ano que vem. “A ideia é aumentar a segurança hídrica da Bacia do Rio Paraíba do Sul. Ou seja, vamos armazenar água nos reservatórios para que o Rio de Janeiro tenha segurança hídrica. Vamos interligar a Bacia do Rio Jaguari com o Sistema Cantareira para que São Paulo tenha segurança hídrica. Não há conflito nenhum”, declarou.
A ideia, conforme a proposta paulista, é construir um sistema de “mão dupla”. Ou seja, quando um dos reservatórios tiver excedente de água, o volume será enviado para a outra represa. A interligação, no entanto, enfrentou resistência do Rio de Janeiro, já que dois terços das águas do Rio Paraíba do Sul são desviados para garantir o abastecimento da região metropolitana do Rio.
O Paraíba do Sul, que nasce em São Paulo e atravessa os estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, contribui para o abastecimento de 15 milhões de pessoas por onde passa.
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