A passagem de um ciclone extratropical pelo sul do Brasil gera chuvas intensas e vendavais pelo país, provocando estragos em diversas regiões, principalmente no Centro-Sul.
Três mortes foram registradas na cidade de Palhoça, em Santa Catarina, que nas últimas 24 horas registrou um acúmulo de chuva de 137 mm, de acordo com o MetSul.
Meteorologistas consideram o ciclone de "altíssimo risco", com previsão de rajadas de vento que podem chegar a 120km/h.
O satélite meteorológico GOES-19 da Nasa, agência espacial dos Estados Unidos, mostra a dimensão do ciclone sobre a região Sul visto do espaço.
Fortes ventos também atingem o Estado de São Paulo - situado em uma região ainda periférica em relação ao centro do ciclone.
Segundo a concessionária de energia Enel, 36% dos clientes da Região Metropolitana de São Paulo estavam sem energia por volta das 16h, somando mais de 2,3 milhões de pessoas com o abastecimento interrompido.
A Defesa Civil de São Paulo registra quedas de árvore, destelhamentos e alagamentos em diversos municípios.
Na capital, mais de 514 chamados para queda de árvores foram registrados até às 14h.
Os parques da cidade de São Paulo foram todos fechados nesta quarta-feira (10/12), segundo a prefeitura em "caráter preventivo", para garantir a segurança da população em meio aos fortes ventos.
Para climatologistas ouvidos pela BBC News Brasil, por mais que a ocorrência de ciclones seja comum no hemisfério sul, não há como negar o impacto das mudanças climáticas em eventos intensos como esse.
"Não é incomum ter um ciclone esta época do ano, o que é incomum é a intensidade que estamos vendo. E os estudos indicam que esse cenário é uma tendência do aquecimento global", afirma o climatologista José Marengo, que coordena o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden).
Nos últimos anos, diversos ciclones foram registrados no Brasil, muitos com chuvas intensas, rajadas de vento, principalmente na região sul.
O mais recente foi registrado em novembro, ocasionando a formação de um tornado que atingiu o Paraná e destruiu 90% da cidade de Rio Bonito do Iguaçu, no interior do estado.
Seis pessoas morreram e mais de mil moradores ficaram desalojados. Os ventos chegaram a 250km/h.
Com informações de Iara Diniz, da BBC News Brasil em São Paulo