Audiência Pública discute a manutenção das bulas impressas

Evento ocorrerá na próxima terça-feira, 21 de maio, a partir das 10h, e será realizada na Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa em conjunto com a Comissão de Defesa do Direito do Consumidor

17 mai 2024 - 12h30

Depois da Audiência Pública da Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados realizada em 7 de maio para discutir o fim da exigência de bulas impressas nos medicamentos, agora é a vez da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa e a Comissão de Defesa do Direito do Consumidor realizarem uma Audiência Pública para o mesmo fim. O evento acontecerá na próxima terça-feira, 21 de maio, às 10h, na Câmara dos Deputados.

Foto: Pexels / DINO

Desde 2022, uma mudança na Lei 11.903/09 possibilitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinar que alguns medicamentos dispensem a bula impressa, sendo apresentada apenas de forma digital, acessível através de um código QR na embalagem. Contudo, quatro Projetos de Lei, em análise na Câmara, propõem revogar essa permissão concedida à Anvisa (detalhes logo abaixo).

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Durante a recente reunião da Comissão de Saúde da Câmara, diversas vozes se manifestaram sobre o tema. O advogado especializado em Defesa do Consumidor, Alexandre de Morais, representante do movimento "Exija a Bula", expressou preocupações quanto à exclusividade da bula digital, destacando a importância de manter ambos os formatos, considerando a diversidade de acesso à informação e às potenciais dificuldades enfrentadas pelos idosos e por aqueles com pouca familiaridade com tecnologia.

A discussão sobre a legislação atual abrangeu também questões como a garantia de acesso à bula impressa quando solicitada, além de abordar preocupações com a segurança cibernética e a inclusão de pessoas com deficiência visual e baixo letramento.

A tragédia no Rio Grande do Sul foi levantada na ocasião como triste evento em que bulas estritamente digitais são praticamente inacessíveis pela precariedade de acesso à internet e energia elétrica.

Diante dessas perspectivas, a nova Audiência Pública na Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa e na Comissão de Defesa do Direito do Consumidor oferecerá um espaço para aprofundar o debate e buscar soluções que atendam às necessidades e garantam o acesso à informação de forma ampla, acessível e segura para todos os consumidores.

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Como citado acima, atualmente, há quatro Projetos de Lei tramitando na Câmara dos Deputados a respeito do tema:

  1. PL 715/2024 - Autora: Deputada Jandira Feghali.

"Altera a Lei nº 11.903, de 14 de janeiro de 2009, para revogar o § 5º do art. 3º".

  1. - PL 744/2024 - Autor: Deputado Alberto Fraga.

"Revoga o § 5º do art. 3º da Lei nº 11.903, de 14 de janeiro de 2009, que dispõe sobre faculdade da autoridade sanitária para dispor sobre opção de formatos de bulas, digital ou impresso, e dá outras providências."

  1. PL 925/2024 - Autora: Deputada Alice Portugal.

"Revoga o § 5º do art. 3º da Lei nº 11.903, de 14 de janeiro de 2009, para excluir a previsão legal que autoriza a Anvisa a definir quais medicamentos podem ser comercializados sem a bula impressa."

  1. PL 1258/2024 - Autor: Deputado Carlos Henrique Gaguim.

"Altera o § 5º do art. 3º da Lei nº 11.903, de 14 de janeiro de 2009, para que as apresentações farmacêuticas sejam comercializadas obrigatoriamente com as respectivas bulas impressas."

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Pesquisa de março deste ano do Instituto Datafolha revelou que 84% dos entrevistados defendem a coexistência das bulas impressas e digitais. Isso reflete a clara preferência da população pela manutenção da bula impressa, destacando a necessidade de considerar a opinião pública na formulação de políticas relacionadas à saúde e ao direito do consumidor.

Em complemento à argumentação, a Associação Brasileira da Indústria Gráfica  - ABIGRAF Nacional destaca que nenhum país do mundo aboliu completamente a obrigatoriedade das bulas impressas. "A importância da bula impressa é evidenciada não apenas pela sua função social essencial na saúde pública, mas também pelo impacto econômico relevante, gerando empregos e arrecadação de impostos", destaca Julião Gaúna, presidente da entidade.

Além disso, a Indústria Brasileira de Árvores - IBÁ ressalta que a produção de papel para as bulas provém de fontes renováveis e manejo responsável, contribuindo para a conservação ambiental.

"Dessa forma, a manutenção das bulas impressas, que acompanham a medicação na caixa, é uma questão que abrange desde o direito à informação até considerações ambientais e econômicas. É fundamental revisar a legislação para garantir que os direitos dos consumidores sejam respeitados e que a legislação esteja alinhada às necessidades da população brasileira", finaliza o advogado Alexandre de Morais.

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