Comunicação é a principal arma de povos indígenas no Século 21

Objetivo dos comunicadores indígenas é buscar a maior quantidade possível de colaboradores indígenas de todos os cantos do Brasil

11 abr 2022 - 06h35
(atualizado às 08h00)
Comunicadores indígenas cobrindo o Acampamento Terra Livre 2022
Comunicadores indígenas cobrindo o Acampamento Terra Livre 2022
Foto: Reprodução

A comunicação é importante ferramenta de luta para povos originários brasileiros manifestarem suas diversidades de culturas e lutas pelo direito de existir.  Nas redes sociais, diferentes povos indígenas conseguem chamar a atenção de instituições nacionais e internacionais para diversas questões urgentes.

O coletivo Mídia Índia, por exemplo, atua no fortalecimento da comunicação como ferramenta de luta desde 2015. Ele surgiu com o intuito de dar visibilidade às lutas dos povos indígenas brasileiros.

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O coletivo foi o meio encontrado para mostrar ao mundo a vida dos indígenas brasileiros de maneira diferente da forma negativa e preconceituosa muitas vezes veiculadas em diferentes canais de imprensa.

Para Ronilson Guajajara, um dos fundadores da Mídia Índia, ter conquistado esse espaço de protagonismo e visibilidade tem sido essencial para o fortalecimento da luta por direitos.

Um dos maiores objetivo da Mídia Índia é a garantia de uma comunicação representativa
Foto: Reprodução

“Hoje podemos contar nossa história, com nossas narrativas, com a visão dos verdadeiros guardiões da Mãe Terra, quebrando os estereótipos dos grandes veículos de comunicação”, diz.

“Superamos as barreiras do preconceito e mostramos que os povos indígenas podem ocupar os espaços da comunicação. Temos a oportunidade de contar ao mundo as nossas verdadeiras histórias – nas quais somos os principais narradores”, completa.

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Priscila Tapajowara foi a primeira mulher indígena a se formar em Produção Audiovisual no Brasil
Foto: Reprodução

Outro coletivo também que vem fortalecendo o protagonismo da juventude indígena é o coletivo Mídia Terena, que surgiu no “Levante Pela Terra”, em 2021, quando diversos povos estavam acampados em Brasília e lutando contra todos os retrocessos que afetam diretamente a vida dos povos indígenas.

O objetivo do Mídia Terena é mostrar a realidade do seu povo, vivida pela juventude, anciões e lideranças. É preciso revelar as principais dificuldades na educação escolar indígena, alimentação, políticas públicas etc. A equipe é composta por doze jovens do povo Terena -- seis mulheres e seis homens, todos da região do Mato Grosso do Sul.

Para Cauê Terena, coordenador do coletivo, a comunicação hoje é uma ferramenta de luta usada para conseguir o maior alcance possível, dentro e fora das comunidades indígenas do Brasil e do mundo, e alertar aos ataques que os indígenas vêm passando.

“Continuamos registrando e divulgando as lutas enfrentadas diariamente em nossos territórios. Mesmo encontrando diversas dificuldades, a juventude tem passado por cima de todas e, com isso, conquistado mais espaços dentro do caótico mundo da ‘grande mídia’ que vive à mercê do capitalismo selvagem. Vamos continuar informando, comunicando e ocupando os espaços da comunicação”, declara.

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Os coletivos estão presentes no Acampamento Terra Livre 2022 comunicando, informando, ocupando as redes e demarcando as telas. Iremos mostrar a diversidade dos mais de cinco mil indígenas de cento e vinte povos que estão presentes na 18ª edição do Acampamento.

Gravação da mesa das pautas jurídicas no Acampamento Terra Livre 2022
Foto: Reprodução

O objetivo dos comunicadores indígenas é buscar a maior quantidade possível de colaboradores indígenas de todos os cantos do Brasil para mostrar o verdadeiro protagonismo dos diversos povos que aqui sobrevivem.

Vamos continuar informando, ocupando e demarcando as telas.

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