A influenciadora e modelo trans Vitória Bianchessi, de 20 anos, denunciou uma agressão transfóbica em uma adega de Botucatu (SP), onde sofreu um soco no rosto, resultando em fratura no nariz e necessidade de cirurgia.
Uma mulher trans de 20 anos levou um soco de homem dentro de uma adega em Botucatu (SP) e acusa o agressor de transfobia. Ao Terra, a influenciadora e modelo Vitória Bianchessi Alves Trombaco revela que estava com amigas em uma adega no bairro Vila dos Lavradores, quando a agressão ocorreu sem motivo.
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"Eu estava de costas e senti uma coisa nas minhas costas. Ele veio me chutar, só que eu não vi", começa a jovem. "Quando eu olhei para trás, ele me deu um soco. Eu caí para trás e me seguraram. Aí, eu vi o sangue e fiquei desesperada e comecei a gritar, a xingar ele", diz Vitória.
Após receber apoio de funcionários do estabelecimento onde a agressão ocorreu e das amigas que a acompanhavam, a jovem foi a um hospital, onde foi constatado que ela teve uma fratura na cartilagem do nariz. Ela irá precisar passar por cirurgia.
Vitória acumula cerca de 500 mil de seguidores no TikTok e outros 131 mil no Instagram. "Eles (os seguidores) ficaram bastante assustados. Eles queriam saber de toda forma quem fez isso comigo, mas mesmo assim eu não postei, não falei quem foi, por conta que eu sei como são, iam xingar, iam ameaçar, iam acabar atrapalhando", continua.
Segundo ela, o fato de o agressor ser um homem "e por ter vindo pelas costas" a assustou ainda mais. "Nós pessoas trans somos tratadas como lixo. Não dão importância para a gente. A gente é uma pessoa normal, tem direito como as outras pessoas, assim como qualquer mulher", finaliza.
A Polícia Militar esteve no pronto-socorro onde ela foi atendida. A jovem ainda precisará registrar o crime em uma delegacia. O agressor não teve a identidade revelada.
Após a agressão, o Coletivo V Trans emitiu nota em que apoia a modelo. "Denunciar a transfobia ainda é um desafio. Muitas vezes, casos de agressão contra pessoas trans são tratados como 'brigas entre civis', invisibilizando a violência real que vivemos", diz o coletivo.