Marzieh Hamidi foi campeã de taekwondo no Afeganistão, mas isso não significa que ela pode ficar segura no País. Grande crítica do Talibã, a lutadora precisou se exilar na França quando o grupo assumiu o poder em 2021.
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Mesmo longe, ela continua sendo vítima de ameaças. Recentemente, a atleta revelou ter recebido três mil ligações com ameaças em 48 horas. Os números eram do Afeganistão, Paquistão, Malásia, França e outros lugares do mundo.
A situação de Hamidi piorou depois que ela publicou um vídeo denunciando o "apartheid de gênero" em seu País. Ela utiliza a #LetUsExist [Nos deixem existir, em tradução] em suas publicações como forma de ser “a voz de quem não têm voz dentro do Afeganistão".
O engajamento nas redes sociais, no entanto, resultou em uma série de ameaças. A primeira aconteceu um dia depois de uma entrevista em que, ao ser questionada sobre o time de críquete local, respondeu que eles estavam “normalizando o Talibã” e, por isso, “são um time de críquete terrorista, não um time nacional de críquete".
“No dia seguinte, eu estava em casa e recebi a primeira ligação. Ele me disse: 'Tenho seu endereço em Paris, apenas esteja ciente de que eu o encontrarei”, contou ao canal RFI.
Mesmo sob proteção policial desde o início deste mês, a afegã sabe que não está segura na França: “Agora, estou sob proteção policial, mas perdi minha liberdade, perdi minha segurança. Não me sinto mais segura em Paris”.
Isso, porém, não fará com que ela desista de protestar contra o grupo que comanda o Afeganistão: “Se eu ficar em casa chorando, triste e com medo, eles vencem. É muito difícil. Mas eu estive no Afeganistão, lutei contra o Talibã nas ruas de Cabul. Sou uma lutadora, então não posso desistir”.
Em meio às ameaças, Hamidi também tem recebido mensagens de apoio de mulheres do Afeganistão: "Elas me disseram que não podem levantar a voz no Afeganistão e querem que eu seja a voz delas”, completou.