Depois de 30 anos, povo Akuntsú celebra nascimento do primeiro bebê

Nasceu no último dia 8 de dezembro o filho da indígena Babawru Akuntsú, na região sul de Rondônia

20 dez 2025 - 09h33
Resumo
O povo Akuntsú celebra o nascimento do primeiro bebê em mais de 30 anos, filho da indígena Babawru Akuntsú, marcando um momento histórico para a sobrevivência cultural na Terra Indígena Rio Omerê, em Rondônia.
O nascimento de um novo membro reforça a dinâmica própria de organização social das mulheres Akuntsú
O nascimento de um novo membro reforça a dinâmica própria de organização social das mulheres Akuntsú
Foto: Divulgação/Funai

Depois de mais de 30 anos, o povo indígena Akuntsú comemora a chegada de um novo membro para habitar na Terra Indígena (TI) Rio Omerê, localizada nos municípios de Chupinguaia e Corumbiara (RO). Nasceu no último dia 8 de dezembro o filho da indígena Babawru Akuntsú, na região sul de Rondônia. 

Segundo a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), o nascimento do pequeno Akuntsú representa um marco para a sobrevivência de um dos povos indígenas mais afetados por conflitos territoriais no Brasil. Até então, o grupo era formado por três mulheres sobreviventes: Babawru, Pugapia e Aiga.

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“O nascimento de um novo membro reforça a dinâmica própria de organização social das mulheres Akuntsú que, mesmo diante de um passado de perdas, mantêm seus conhecimentos e modos de vida conservados dentro do território homologado”, disse em nota a Funai.

O pai do pequeno Akuntsú é um indígena do povo Kanoé, também morador da Terra Indígena Rio Omerê.  De acordo com a Funai, a família recebeu acompanhamento durante toda a gestação, em articulação com órgãos indigenistas e de saúde. 

O processo teve atenção especial para garantir a segurança da mãe e da criança, com respeito aos costumes e à cultura do povo Akuntsú. 

Povo Akuntsú

O povo indígena Akuntsú, que já foi mais numeroso, possui um histórico de drástica redução populacional devido a conflitos territoriais ocorridos em décadas passadas, nas proximidades do rio Corumbiara.  

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Segundo informação da Funai, em março de 2005 o grupo era constituído por Kunibu (também conhecido como Babá); Ururu, mulher mais velha do grupo; Popak, do sexo masculino; além de três mulheres com idades entre 18 e 30 anos.

Em janeiro de 2000, durante uma tempestade noturna, uma grande árvore caiu sobre a casa de Kunibu, matando sua filha mais nova e ferindo-o.

Em outubro de 2009, faleceu a mulher mais velha do grupo, Ururu, que tinha em torno de 85 anos. Com a morte, a população akuntsu reduziu-se ainda mais, passando a cinco pessoas.

Atualmente, após o falecimento de Kunibu em 2016 e Popak, contam apenas com as três mulheres e, agora, o pequeno Akintsú.

Fonte: Portal Terra
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