O sambista Arlindo Cruz, embaixador da campanha contra a intolerância religiosa "Filhos do Brasil", faleceu aos 66 anos, deixando um legado cultural e mensagens de respeito à diversidade religiosa.
Adepto ao candomblé, o cantor Arlindo Cruz foi uma importante voz no combate à intolerância religiosa. O sambista, que morreu nesta sexta-feira, 8, após anos lidando com as sequelas de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), foi embaixador da campanha Filhos do Brasil, da então gestão do Ministério da Cultura em conjunto com a Fundação Palmares, contra a intolerância religiosa.
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A campanha data de 2016, um ano antes de Arlindo sofrer o derrame que lhe tirou os movimentos de boa parte de seu corpo e comprometeu a sua fala. O sambista emprestou a sua voz para vídeos que foram veiculados na televisão e na internet sobre a diversidade de escolha religiosa.
"Quando nasce um brasileiro, nasce uma alma livre para escolher no que acreditar. A riqueza do nosso país tem que estar no respeito a toda e qualquer diversidade. Eu sou Arlindo Cruz, sou filho de Xangô, sou filho da dona Aracy, sou filho do samba. Mas acima de tudo, eu sou filho desse país. Porque quando nasce um brasileiro, independente do que escolheu acreditar, nasce um filho do Brasil", dizia Arlindo, na narração.
Morte de Arlindo Cruz
Arlindo Cruz lidava com graves sequelas de um AVC sofrido em 2017 e estava internado desde março para tratar uma bactéria resistente em decorrência de uma pneumonia.
A família afirmou que Arlindo "foi um poeta do samba, um homem de fé, generosidade e alegria, que dedicou sua vida a levar música e amor a todos que cruzaram seu caminho".
Segundo Babi Cruz, esposa do cantor, em meados de julho, Arlindo já não respondia mais a estímulos e estava "cada vez mais distante".