New Fiesta sedã deixa de ser importado; Ford faz mistério

25 mar 2013 - 16h20
(atualizado às 16h32)

Ao iniciar nesta segunda-feira a produção nacional do New Fiesta hatch, a Ford deixou um mistério sobre o modelo sedã. Segundo o vice-presidente da fabricante para o Brasil e América do Sul, Rogelio Golfarb, a marca parou de importar o sedã do México quando o modelo reestilizado começou a ser produzido por lá. Agora a versão hatch é produzida em São Bernardo do Campo (SP), mas o sedã ainda não tem data para ser nacionalizado.

As unidades que estão nas lojas serão as últimas disponíveis, ainda com o visual antigo, sem a “boca larga” na frente, que agora caracteriza os modelos globais da marca. O preço de tabela é de R$ 46.700. Segundo fontes do sindicato dos metalúrgicos da região, a expectativa é que o New Fiesta sedã comece a ser produzido apenas em 2014. Com isso, a marca aposta suas fichas no hatch para brigar no aquecido segmento de compactos.

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Ainda sem preço definido (será divulgado apenas em 20 de abril), o New Fiesta hatch nacional terá a missão de duelar com versões mais equipadas do Chevrolet Onix, Hyundai HB20 e até Volkswagen Gol, além de Citroën C3, Fiat Punto, Peugeot 208 e Chevrolet Sonic. Por enquanto, sabemos apenas que o representante da Ford terá motores de 1.5 l e 1.6 l.

Desse modo, a versão de entrada do New Fiesta brasileiro deve ficar entre R$ 32 mil (valor do Novo Gol 1.6 l) e R$ 41 mil (Fiat Novo Punto). O modelo importado tinha preço de tabela de R$ 44.800. Para Golfarb, a oferta nesse segmento mostra que o consumidor brasileiro está amadurecendo. “Quanto mais maduro e maior o mercado, mas segmentado ele fica. O Brasil como quarto maior mercado de automóveis do mundo está vendo isso claramente”, afirmou.

Produção

O primeiro a sair simbolicamente da linha de montagem foi um topo de linha, com sete airbags, controle de tração e estabilidade, câmbio automático de dupla embreagem e seis velocidades, além de assistente de rampa. De acordo com Golfarb, 75% do valor do New Fiesta é de conteúdo nacionalizado.

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A produção do New Fiesta também exigiu um investimento na modernização da fábrica de São Bernardo do Campo, que tem agora nova área de pintura e mais 310 máquinas automatizadas. Essa adequação abre espaço para a produção de outros modelos globais da marca no local, mas Golfarb despista. “Hoje vamos falar apenas do New Fiesta, mas vocês terão surpresas neste ano”, disse.

O objetivo da fabricante é produzir apenas modelos globais no Brasil a partir de 2015 – o EcoSport foi o primeiro e o New Fiesta, segundo. Golfarb descartou a produção regional do Fusion, já que a fábrica do México produz o modelos de luxo em grande escala para abastecer o mercado americano e convém continuar importando o modelo que tem alta tecnologia.

“Vamos trazer mais produtos globais para o Brasil. A locação do produto depende do volume de vendas”, disse Golfarb. A capacidade de produção da linha em São Bernardo do Campo, onde também é montado o Ka, é de 100 mil unidades por ano. Já a planta de Camaçari (BA), onde é produzido o EcoSport, chega a 150 mil unidades por ano.

Expectativas

A Ford não divulga números de produção ou expectativas de vendas, mas o vice-presidente afirmou que o New Fiesta hatch deve duplicar ou até triplicar a presença no segmento. Como a Ford era representada apenas pelo modelo importado do México no ano passado, as vendas ficaram em 31 mil unidades. Assim, a produção do modelo no Brasil deve atingir algo entre 60 mil e 90 mil unidades – perto da capacidade máxima da fábrica. Parte da produção também será exportada.

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Golfarb seguiu o protocolo ao afirmar que a projeção de crescimento do mercado para este ano é de 3,5% a 4,5% - valores anunciados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). No entanto, ele não está muito otimista. “O resultado dos dois primeiros meses merece atenção. Apesar de janeiro ter sido bom pelos estoques de carros com redução do IPI, fevereiro já foi diferente. Vimos queda relativa ao ano passado. Março também está aquém. Estamos um pouco reticentes se vamos chegar a essas marcas.”

Fonte: Terra
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