A chegada do Volkswagen Tera causou alguns impactos no segmento de SUVs de entrada no Brasil. A Renault mexeu no Kardian, que recebeu mais equipamentos e algumas melhorias para a linha 2026, e a Fiat trouxe de volta na linha 2026 a versão de entrada do Pulse com o motor 1.0 turbo de 130 cv sem sistema híbrido leve, que havia deixado de ser oferecida em janeiro de 2023. Agora, ela voltou ao mercado para ser o SUV com motor turbo e câmbio automático mais barato à venda no Brasil, por R$ 116.990.
Isso porque ele é mais em conta do que os R$ 128.890 pedidos por um VW Tera Comfort, os R$ 118.990 de um Citroën Basalt Feel, e que os R$ 119.990 de um Renault Kardian Authentic, versão voltada para frotistas e PCD. Abaixo disso, apenas as versões com câmbio manual dos dois modelos. Há ainda Chevrolet Tracker Turbo AT e os VW Nivus e T-Cross Sense, todos por R$ 119.990 em versões "peladas".
Mas o preço abaixo da concorrência traz junto uma lista de equipamentos também mais enxuta. O Pulse Turbo 200 tem o mesmo pacote da versão Drive com motor 1.3, acrescido das rodas de liga-leve de 16?, e só. Não há opcionais disponíveis, nem mesmo os sensores de obstáculos traseiros e câmera de ré, disponíveis para o modelo 1.3 por R$ 1.490 extras.
Qualquer item a mais, é necessário pular para a versão Audace Turbo 200 Hybrid, bem mais equipada, e cara, a R$ 132.990. Em todo caso, ainda há ar-condicionado automático, faróis de LED, central multimídia com tela de 8,4? com Android Auto e CarPlay sem fio e portas USB e USB-C para conexão com celulares.
O Pulse também deve itens como frenagem automática de emergência, controle de cruzeiro adaptativo e até mesmo airbags de cortina, não disponíveis em nenhuma versão do SUV. Esses equipamentos estão presentes em um VW Tera Comfort, intermediário da gama, cerca de R$ 12 mil mais caro que o Pulse Turbo 200.
O motor é o conhecido 1.0 turbo de 130 cv, nesta versão sem o sistema híbrido-leve, associado à transmissão automática CVT com sete marchas simuladas. Segundo o Inmetro, o consumo na cidade é de 12,3 km/l e 14,4 km/l na estrada com gasolina. Com etanol, as médias caem para 8,6 km/l e 10 km/l respectivamente.
Receita bem feita
O Pulse é gostoso de dirigir, mesmo nesta versão mais simples. O SUV tem acerto afinado entre motor e câmbio, que disfarça bem o "jeito CVT de ser" da transmissão. O giro do motor sobe pouco graças ao torque de 20,4 kgfm entregues a apenas 1.700 rpm, sendo raro necessário ultrapassar as 3 mil rotações em situações cotidianas.
Na cidade, o Pulse é esperto, e se beneficia da altura do solo de quase 20 cm para ignorar buracos, valetas e quebra-molas pelo caminho. A suspensão tem acerto mais macio, voltado para o conforto, embora não deixe a carroceria balançar demais numa sequência de curvas. A direção é leve em baixas velocidades e, mesmo sem câmera traseira ou sensores de estacionamento, o Pulse é fácil de manobrar e encaixar em vagas difíceis.
O SUV também é um bom companheiro para estrada, onde o 1.0 turbo mostra fôlego para manter velocidade de cruzeiro e fazer ultrapassagens sem sufoco. O câmbio permite trocas manuais entre as sete relações pré-definidas por meio da alavanca, embora o modo automático dê conta da maioria das situações.
A cabine é honesta, sem firulas, com o maior destaque para a central multimídia com tela de 8,4?. Chamam atenção as bordas mais grossas, já que o mesmo suporte também serve à central das versões mais caras, com tela de 10?. Mas o sistema operacional é o mesmo, simples de usar e bastante configurável. A conexão sem fio com telefones é rápida e estável, e ambas as tomadas na parte baixa do console, USB-A ou C permitem conexão de dados.
O espaço do banco traseiro é compacto, por assim dizer, mas melhor do que o de um VW Tera. Dois adultos viajarão com relativo conforto, desde que não tenham mais de 1,80 m de altura. O entre-eixos de 2,53 metros não faz milagre e o Pulse até que tem um interior bem aproveitado.
O acabamento é bom, mesmo com abundância de plástico rígido. Há diferentes texturas usadas no painel, portas e console, o que mostra mais esmero na construção. Há alguns pênaltis como o porta-luvas que não se alinha perfeitamente em um dos lados, e o plástico no entorno do câmbio risca fácil.
O Pulse Turbo 200 precisou se despir de alguns equipamentos para ficar mais barato, mas é a opção mais em conta para quem faz questão do bom desempenho do motor turbo e câmbio automático. Ele é mais enxuto que rivais mais modernos, mas entrega aquele "feijão com arroz" com tempero mineiro que vai agradar no dia a dia.
Prós
SUV é agradável ao volante, com acelerações progressivas, retomadas seguras e tem suspensão macia para uso urbano, filtrando bem as imperfeições do solo, sem ser molenga demais.
Contras
Pulse deve equipamentos de segurança, deixando de fora airbags de cortina, frenagem automática de emergência ou aviso de colisão iminente, controle de cruzeiro adaptativo. Itens que estão presentes em modelos mais modernos e de preço não muito distante.
FICHA TÉCNICA
Fiat Pulse Turbo 200 2026
- Motor: 1.0, turbo, 3 cil., flex, dianteiro
- Potência: 130 (E)/125 (G) cv a 5.750 rpm
- Torque: 20,4 mkgf a 1.700 rpm
- Comprimento: 4,09 m
- Largura: 1,77 m
- Altura: 1,57 m
- Distância Entre-Eixos: 2,53 m
- Porta-malas: 370 litros
- Aceleração 0-100 km/h: 9,4 segundos
- Velocidade máxima: 189 km/h
- Preço sugerido: R$ 116.990
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