As primeiras palavras de Ney Franco como ex-técnico do São Paulo foram em tom de lamentação. O treinador, que deixou o clube na tarde desta sexta-feira, admite que sai frustrado pela não conclusão do trabalho desenvolvido até então.
"Hoje completa um ano que cheguei. Não posso sair sem destacar todo o incentivo que eu tive no clube. Porém, por muitas questões, não conseguimos objetivos. Saio frustrado porque meu pensamento era que a gente conseguiria muitos títulos. Infelizmente, não aconteceu. Quero aproveitar para agradecer o clube pela oportunidade de ter trabalhado em um clube grande como o São Paulo", afirmou.
"No dia 17, estarei em frente à televisão e me sentirei um pouco campeão se o São Paulo vencer o Corinthians. Desligamento muito amigável, as partes acharam que era o momento da troca. Me reuni com os atletas e a despedida foi interessante. Foi bom sair ouvindo o Rogério enaltecendo meu caráter e profissionalismo", completou Ney, que tinha contrato até dezembro.
O treinador completa nesta sexta exatamente um ano de que foi contratado pelo São Paulo. Antes, ele dirigia a Seleção Sub-20. No comando tricolor, conquistou o título da Copa Sul-Americana de 2012, mas fracassou nesta temporada. A equipe foi eliminada do Campeonato Paulista pelo Corinthians e fez uma das piores campanhas na história da Copa Libertadores da América até cair diante do Atlético-MG, nas oitavas de final.
São Paulo anuncia demissão do técnico Ney Franco; veja
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Adalberto Baptista, diretor de futebol e maior defensor do técnico no clube, anunciou a saída e disse esperar que um dia Ney Franco retorne. "Queria aproveitar para, com a maior sinceridade, agradecer muito ao Ney. Pelo profissional que é e pela dedicação neste um ano. Tenha a certeza absoluta que as portas estão abertas e tenho certeza que você (Ney Franco) voltará, com o mesmo aproveitamento e com títulos", declarou.
Improvisos, eliminações e Douglas; veja 7 erros de Ney Franco no São Paulo:
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Durou um ano a trajetória de Ney Franco no comando do São Paulo. Em 2012, o técnico conseguiu bons resultados no Campeonato Brasileiro e o título na Copa Sul-Americana. Na atual temporada, colecionou eliminações e fracassos: Campeonato Paulista, Copa Libertadores e derrota na primeira partida da Recopa Sul-Americana. O resultado foi a demissão do treinador. Relembre a seguir sete erros que foram fundamentais para o fim do trabalho de Ney Franco no São Paulo.
Foto: Bruno Santos
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Substituto de Lucas O melhor momento de Ney Franco no comando do São Paulo ocorreu no final de 2012, quando tinha em Lucas seu principal jogador. Negociado com o PSG, o jogador deixou o Morumbi ao final daquela temporada. Desde então, o treinador não conseguiu se acertar em relação a seu substituto no elenco. O técnico escalou jogadores como Aloísio, Jadson, Cañete, Douglas, Wallyson, Lucas Evangelista e Silvinho na posição, mas sem nunca conseguir bons resultados.
Foto: Tom Dib
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Jadson e Ganso O São Paulo já contava com Jadson, mas apostou alto na contratação de Paulo Henrique Ganso. Contando com dois talentosos meias no elenco, Ney Franco na maior parte das vezes escalou a dupla ao mesmo tempo no time, só que não conseguiu tirar o melhor dos jogadores.
Foto: Djalma Vassão
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Defesa inconstante O São Paulo terminou 2012 com a defesa sólida, sofrendo somente 13 gols no segundo turno do Campeonato Brasileiro - o melhor desempenho no returno. O início da temporada viu o fim da constante linha formada por Paulo Miranda, Rafael Tolói, Rhodolfo e Cortez. A chegada de Lúcio fez com que a dupla central fosse desfeita. Além disso, problemas físicos e técnicos obrigaram Ney Franco a alterar constantemente o setor. As laterais também sofreram constantes alterações e não veem titulares absolutos. O técnico não conseguiu achar uma solução e, em sua última partida, formou a defesa com Douglas, Lúcio, Rafael Tolói e Juan.
Foto: Ricardo Matsukawa
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Improvisações Em 2013, com alguns jogadores vivendo fase complicada, Ney Franco passou a optar por improvisações. As laterais e as pontas foram os setores que mais passaram por esta questão. O volante Rodrigo Caio, por exemplo, foi bastante usado na direita. Já Paulo Miranda, bem sucedido neste local em 2012, não conseguiu repetir a performance. Esta situação incomodou a diretoria, que decretou o fim dos improvisos depois da eliminação na Libertadores.
Foto: Sergio Barzaghi
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Douglas Lateral direito revelado pelo Goiás, Douglas ganhou as graças de Ney Franco. Apesar de bastante criticado pela torcida, o treinador apostou forte no jogador, que atuou em sua posição natural, mas também como meia armador e ponta direita. A confiança de Ney em Douglas chegou a virar piada entre os torcedores são-paulinos.
Foto: Facebook
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Falta de sintonia com elenco Ney Franco buscou manter o controle sobre o grupo e sua posição como técnico. Para isso, em declarações à imprensa bateu de frente até mesmo com Rogério Ceni. Nestes casos, entretanto, demonstrou não estar em sintonia com o elenco. Após a derrota para o Corinthians na primeira partida da Recopa Sul-Americana, chegou a dizer que não era ele quem "errava passes". No dia seguinte, o atacante Aloísio deu sua resposta: "eu acho que é 50 a 50. Estamos no mesmo barco. Se afundar, vai afundar com todos juntos. Se navegar, vai navegar com todos juntos. Não tem essa de colocar a responsabilidade em cada um, a responsabilidade é de todos".
Foto: Ricardo Matsukawa
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Antipatia da torcida Mesmo com o bom desempenho no Campeonato Brasileiro de 2012 e com o título da Copa Sul-Americana do mesmo ano, Ney Franco nunca gozou de apoio pleno da torcida são-paulina. No Morumbi, o apoio ao treinador era frágil, e não era difícil ouvir gritos contra o comandante em caso de derrota ou jogo fraco. Com isso, o nome de Muricy Ramalho, que foi demitido do Santos, passou a ser gritado nas arquibancadas do estádio do clube tricolor.