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Daniel Alves critica Pelé sobre caso Aranha: "lavou as mãos"

8 out 2014 - 11h00

Depois de comer uma banana em ironia ao racismo no estádio El Madrigal, na partida contra o Villareal, em abril deste ano, Daniel Alves se tornou um dos principais porta-vozes e defensores da causa no futebol. A imagem rodou o mundo e ajudou a aumentar a discussão sobre o problema ainda enfrentado dentro dos gramados. Em entrevista exclusiva ao Terra, o lateral direito do Barcelona não fugiu da pergunta sobre o que achava do posicionamento de Pelé sobre o caso Aranha, o mais recente no Brasil, e disse que o “rei do futebol” não deveria “lavar as mãos” sobre o assunto.

“Não compartilho a opinião dele. Acho que temos que denunciar o feitor dessa atitude, temos que ridicularizá-lo perante todo mundo e apresentar quem realmente está fazendo isso, para que quando os outros queiram ter essa atitude eles saibam que serão ridicularizados. Uma pessoa afrodescendente como o Pelé, deveria ter um outro conceito em relação a isso. Essa atitude é o mesmo que lavar as mãos, sabe? Parcece: ‘eu não opino porque, de repente, não sei que opiniões vão ter sobre minha opinião?’. Discordo dele”, disse Daniel, que participou do anúncio de uma parceria entre Gillette e Barcelona.

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Daniel Alves vira garoto-propaganda de parceria do Barça
Daniel Alves vira garoto-propaganda de parceria do Barça
Foto: Gillette / Divulgação

No mês passado, Pelé chegou a dizer que goleiro Aranha errou ao ter dado tamanha atenção para a ofensa racista. O Aranha se precipitou um pouco em querer brigar com a torcida. Se eu fosse parar um jogo cada vez que me chamassem de macaco e crioulo, todo o jogo tinha que parar. O torcedor dentro de sua animosidade ele grita de qualquer forma. A gente tem que coibir o racismo, mas não é dessa forma”, disse.

Para Daniel Alves, Aranha agiu da melhor forma. “Acho que a atitude do Aranha de tentar falar e denunciar é digna. É a cor dele, é afrodescendente, tem que respeitar. Acho que ridicularizar é o que tem que ser feito. Assim as pessoas pelo menos vão pensar antes de repetir estes atos. Temos que nos unir e tentar minimizar isso”, acrescentou o lateral.

O jogador do Barcelona até concordou que torcedores às vezes são tomados pelo momento da partida, mas disse que tudo tem um limite. “Eu disse que não julgaria as atitudes do futebol, mas certos tipos não dão. Tudo tem um limite. Um insulto é uma coisa, porque você está ali no calor do jogo, na adrenalina... Mas com relação a isso, estamos falando de algo mais sério. Não é ‘filho de tal’, isso é um insulto de jogo, você está quente, torcendo, e pode escapar. Eu vi as imagens, era insistentemente falado. Não foi um ‘ah...’, foi um ‘ah, ah, ah...’ e continuou falando. Acho que temos de denunciar isso, se não vai continuar acontecendo”, finalizou.

*O repórter viajou a convite da Gillette

Racismo: Daniel Alves apoia Aranha e critica postura de Pelé
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Fonte: Terra
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