A Associação de Futebol da Argentina (AFA) deve ser multada pela Conmebol por não levar atletas às entrevistas pré-jogo da Copa América, uma exigência da competição. Tanto antes da estreia contra o Paraguai quanto nesta segunda-feira, véspera da segunda rodada diante do Uruguai, apenas o técnico Tata Martino esteve disponível para falar com a imprensa no Estádio La Portada. O valor da possível multa ainda não está definido, mas a intenção de aplicar a punição foi confirmada pela organização.
O problema é que, no regulamento oficial do torneio, disponível no site da Conmebol, não há nenhuma exigência para que um jogador participe da entrevista - apenas o treinador é obrigado a comparecer, a menos em caso de "doença ou motivo de força maior". Porém, segundo o Terra apurou, houve um encontro em que representantes de todas as associações participaram e concordaram em levar também um atleta para cada coletiva pré-jogo. A organização disse que é possível aplicar a multa mesmo com a norma ausente do regulamento.
Nas duas ocasiões até agora, a Argentina mandou apenas Martino para a entrevista e também abriu mão de fazer o treino de reconhecimento, que não é obrigatório. Já Paraguai e Uruguai cumpriram o protocolo, com Roque Santa Cruz e Diego Godín, respectivamente, falando ao lado dos treinadores Ramón Díaz e Óscar Tabárez. Na Copa do Mundo de 2014, os argentinos foram multados em R$ 740 mil pelo mesmo motivo: mandar somente o técnico Alejandro Sabella às coletivas.
O isolamento da seleção argentina tem sido um tema constante desde a chegada da delegação a La Serena, há uma semana. Quase todos os treinos foram fechados e houve somente duas entrevistas coletivas no Hotel Serena Suite: uma de Lionel Messi, na terça-feira passada, e uma do goleiro Romero e do lateral Roncaglia, no último domingo.
A reclusão da Argentina em La Serena, aliás, deve continuar: a organização já teria sido avisada de que não há planos de enviar jogadores às entrevistas pré-jogo até o final da Copa América. Os atletas e o técnico Martino gostaram da privacidade que têm na cidade - o Serena Suite não oferece visibilidade ou acesso nenhum ao público, e o Complexo La Alpina, onde acontecem os treinamentos, fica a 10 km da área urbana.
Ainda não foi confirmado pela delegação, mas La Serena deve seguir como a base da Argentina no Chile mesmo depois dos dois únicos jogos do time no local: o terceiro jogo da fase de grupos, contra a Jamaica, acontecerá em Viña del Mar, e não há mais partidas na cidade a partir das quartas de final. Argentina e Uruguai se enfrentam às 20h30 (de Brasília) desta terça-feira, no Estádio La Portada.
